Café fake faz mal para a saúde, mas como reconhecer o produto?

Café fake faz mal para a saúde, mas como reconhecer o produto?

Legislação brasileira permite que café contenha até 1% de impurezas naturais, mas incluir ingredientes estranhos caracteriza fraude

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O consumo de café faz parte do hábito alimentar da maioria dos brasileiros. Entretanto, nem sempre o produto comprado é aquilo que parece. Cafés falsificados, vendidos como se fossem puros, podem conter misturas de ingredientes que comprometem a qualidade e a segurança da bebida. Nesse sentido, o atual café fake faz mal à saúde. Mas como reconhecer o produto?

Muitas vezes, a bebida tem embalagem parecida com as mais famosas, porém, ainda assim, não é a original. Portanto, especialistas alertam para os riscos dessa prática e explicam como identificar fraudes. De antemão, a notícia é da CNN Brasil.

O que tem no café falsificado?

A nutróloga Gabriela Addor, do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), explica que cafés adulterados podem conter grãos de outras espécies. Além disso, podem ter palha e outros componentes que não possuem os nutrientes encontrados no café verdadeiro. 

Já segundo Andreia Galliego, nutricionista da Clínica Elsimar Coutinho, substâncias como milho torrado, cevada, centeio, serragem, amidos e até argila podem ser usadas para aumentar o volume e reduzir os custos de produção.

Primeiramente, a legislação brasileira permite que o café contenha até 1% de impurezas naturais. Como, por exemplo, folhas e cascas. No entanto, a adição intencional de ingredientes estranhos caracteriza fraude. “A alteração da composição de alimentos é considerada crime e pode trazer riscos graves à saúde”, alerta Galliego.

Café fake faz mal

Ademais, o consumo frequente de café fake pode levar a problemas gastrointestinais. Como inchaço, gases e diarreia, além de intoxicações causadas por ingredientes inadequados. A presença de argila na mistura, por exemplo, pode expor o consumidor a metais pesados, como cádmio e chumbo, afetando sistema nervoso, fígado e rins.

As especialistas, inclusive, alertam para o risco de alergias e reações adversas. “Se o produto não possui registro ou informações claras sobre sua composição, o consumidor pode estar ingerindo substâncias desconhecidas que afetam sua saúde”, afirma Addor.

Como identificar fraudes?

Para reconhecer fraudes, nesse sentido, alguns testes caseiros podem ajudar. Um deles é adicionar uma colher de café em um copo com água fria e observar o comportamento do pó. “Se o café boiar, há grande chance de ser puro. Se afundar rapidamente ou perder a cor na água, pode indicar fraude”, explica Galliego.

Ainda assim, outro sinal é a textura do pó. “Cafés muito finos podem conter farinhas. E um brilho excessivo pode ser indício de adição de açúcar caramelizado”, completa a nutricionista.

Entretanto, a especialista alerta que consumidores comuns podem ter dificuldade em identificar falsificações apenas pelo sabor ou aroma. Afinal, esses produtos podem ser aromatizados e ter aparência similar ao café verdadeiro.

Dicas das especialistas

Para garantir a qualidade do café, especialistas recomendam comprar apenas de marcas confiáveis. E ainda optar por produtos com certificação, como o selo da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic). “Evite produtos muito baratos e prefira café em grãos, que tem menor chance de ser adulterado”, aconselha Galliego.

Em suma, a venda de café adulterado é considerada infração grave pelo Código de Defesa do Consumidor e pelo Regulamento Técnico do Café. Podendo, aliás, levar a penalidades severas. Por isso, especialistas recomendam algumas estratégias:

  • Prefira marcas confiáveis: Em primeiro lugar, optar por produtos de fabricantes reconhecidos reduz o risco de comprar café adulterado.
  • Verifique o selo de qualidade: Afinal, o selo da Abic indica que o café foi testado e aprovado.
  • Desconfie de preços muito baixos: Por fim, preços abaixo do mercado podem indicar mistura com substâncias de menor custo.


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