Café não é amargo e nem preto
Cada vez mais, qualidade da bebida é levada em conta pelos apreciadores
Qual a diferença entre café tradicional, gourmet e especial? Nos últimos tempos o consumo de alguns tipos de cafés, considerados melhores, aumentou no país.
De acordo com a Associação Brasileira de cafés especiais (BSCA), a busca e o consumo pelos tipos gourmet e especial aumentaram entre 10% e 15%. E, com essa mudança de hábito o consumidor está ficando mais atento às diferenças, como mostra matéria do Café.i.n.ação.
Café bom não é amargo e nem preto
O café tradicional é o mais comum sendo, assim também, produzido em larga escala. Frequentemente, é o mais encontrado em supermercados e não passa por uma seleção rigorosa, tendo mais imperfeições, que são as impurezas que podem alterar o aroma e sabor. Por isso, é um café que tem preços mais em conta para a comercialização, o que o torna mais escuro e, também, amargo.
Já a produção do café gourmet é apenas com grãos do tipo arábica. E, acima de tudo, precisa ter classificação mínima de 73 em uma escala de análise sensorial que vai até 100. Esse café possui cultivo diferenciado e, dessa forma, acaba sendo produzido em uma menor escala, quando comparado ao tradicional.
Por último, o café especial é resultado de um processo mais criterioso preservando, assim, todas as características da bebida, com especial atenção à torra e finalização. É um café pensado, especialmente, para os paladares mais aguçados. Em suma, tem cor mais clara e sabor mais apurado, possuindo, assim, equilíbrio de acidez e doçura natural.
Metodologia
A princípio, para se definir essas diferenças, que somam ou extraem pontos de uma amostra, é feita uma avaliação criteriosa. E existe uma metodologia específica, desenvolvida pela Speciality Coffee Association of America (SCAA) que ajuda nessa definição.
Em síntese, os grãos são avaliados em 10 diferentes aspectos. E, para serem considerados especiais devem alcançar, no mínimo, 80 de 100 pontos.
A análise da SCA avalia, principalmente, os aspectos de aroma, intensidade, acidez, corpo, doçura, equilíbrio e, por fim, finalização da bebida.
Além, inclusive, de analisar se há ou não defeitos, a uniformidade e o resultado global que podem interferir e prejudicar a qualidade da bebida.