O que fazer para o café não passar do ponto?
Mestre dá dicas e revela alguns segredos para uma torra perfeita
Preparar o café é uma verdadeira alquimia. A princípio, é necessário um trabalho apurado, com equilíbrio entre os ingredientes e utensílios, para que a bebida saia perfeita e, assim, não passar do ponto.
Quem se interessa pelo mundo dos cafés sabe, desde já, que essa é uma etapa importante para um bom café. Isso porque a torra é responsável por maximizar os aromas e sabores.
Mas, primordialmente, qual o segredo da torra perfeita? Para desvendar os segredos da arte da torrefação, o mestre de torra Jonatahas Souza recebeu convite do Conexão Café para falar sobre esse processo.
Diferentes pontos de torra
Antes de mais nada, Jonatahas Souza desvenda o processo da torra, e explica que ele é feito após o beneficiamento do café, com a intenção de realçar tudo o que foi trabalhado antes na lavoura.
Jonatahas conta, em síntese, que existem pontos de torra diferentes para cada tipo de café. “O café especial, por exemplo, trabalhamos com o café, no máximo, na torra média. Porque se a gente faz uma torra mais alongada, trazemos umas propriedades que é mais do café gourmet, do café tradicional, que é aquele aspecto mais de amargo, mais pesado”, enfatiza ele.
Por isso, o grão não pode torrar demais, ficando escuro e resultando em um café com menos nuances, e mais de fumaça. Por outro lado, a torra clara também não é o ideal, pois ocasiona uma bebida mais fraca e com baixa acidez.
O especialista, que já atuou em uma empresa multinacional explica, também, como é feito o café nessas grandes empresas. “O que acontece é que essas grandes indústrias não têm fazenda. As multinacionais compram o café de produtores de cooperativas, e eles têm um parque de torrefação, com máquinas de torra que torram uma saca de 60kg de uma vez só, além de grandes galpões só com a máquina de torra”, pontua Jonatahas.
Ou seja, é um processo mais industrial e que resulta em uma padronização do café comercializado.