Abertura da Femagri 2025 destaca trocas em café em curto prazo

Abertura da Femagri 2025 destaca trocas em café em curto prazo

Feira promovida pela Cooxupé começou nesta quarta-feira, dia 19, e segue até sexta-feira, dia 21; evento abordou segurança nas propriedades

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Na manhã desta quarta-feira, dia 19 de março, foi realizada a abertura da Femagri – Feira de Máquinas, Implementos e Insumos Agrícolas, em Guaxupé/MG. O evento, promovido pela Cooxupé, de antemão, acontece até sexta-feira, dia 21, com o tema “Agricultura e Mudanças Climáticas: Resiliência e Oportunidades”. Acima de tudo, a solenidade contou com a presença de autoridades, veículos de imprensa, cooperados. Além da diretoria executiva, conselheiros, superintendentes e equipe da cooperativa. Os discursos de abertura da feira, aliás, destacaram as trocas em café em curto prazo, para aproveitar os altos preços do produto no mercado. E, ainda, a segurança nas propriedades rurais.

Importância do café

Abertura da Femagri contou com a presença de autoridades e equipe Coooxupé

O prefeito de Guaxupé, Jarbas Corrêa Filho, primeiramente, enalteceu a importância da Cooxupé e da Femagri para o município.

“Guaxupé é a cidade do café e nos orgulhamos em ser sede da cooperativa. É uma felicidade receber em nossa cidade as famílias cooperadas e tantas crianças, que serão o futuro da cafeicultura. Todos os estandes da feira trazem soluções para o homem e a mulher do campo, visando condições excepcionais para os mais de 20 mil cooperados que vivem da terra. E produzem nosso ouro verde, o café”, afirmou.

Depois, o diretor-executivo do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, mencionou os altos valores do grão. E também a necessidade de pensar no futuro.

“O preço atual é um desafio. Por isso, o amanhã depende das nossas ações de agora e o papel das cooperativas e da nossa entidade é mostrar ao mercado consumidor mundial tudo o que fazemos na sustentabilidade e desenvolvemos nos princípios social e ambiental. Agradecemos o apoio constante da Cooxupé nessa missão e espero que, a cada dia mais, possamos garantir que nossos cafeicultores sejam remunerados por produzir não apenas o melhor café do Brasil, mas do mundo”, defendeu.

Ações para a cafeicultura

Em seguida, a presidente da Emater-MG (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais), Otávio Maia, discursou as ações desenvolvidas pela entidade junto do governo estadual.

“Temos o Certifica Minas Café, considerada uma certificação válida para muitos compradores e que preconiza ações importantes no campo. Como, por exemplo, as trabalhistas, sociais e ambientais, que são pré-requisitos para comercializar o produto no mundo. Esse e outros projetos da Emater auxiliam no desenvolvimento do setor. Nosso recado aos cafeicultores é que sozinhos caminhamos, mas juntos vamos mais longe”, ressaltou.

Segurança nas propriedades

Por outro lado, o Coronel Trajano, comandante da 18ª Região de Polícia Militar, destacou a importância da segurança no campo.

“O preço do café tem chamado a atenção. Então, precisamos trabalhar a integração de todos para conseguirmos resultados na segurança pública. Pela PM temos adotado estratégias em todos os municípios. Enquanto a Polícia Civil tem trocado informações conosco e com a sociedade para identificar quadrilhas que atuam na região. Pedimos que as entidades e os produtores recebam os policiais para passar informações. E, também, que os cafeicultores invistam em equipamentos de segurança, cadeado na porteira. E não contem o que foi comprado ou vendido e nem onde guardam os insumos. Inclusive, agradecemos o apoio da Cooxupé e temos a certeza de que, juntos, vamos sair vencedores”, orientou.

Oportunidades e investimentos

Osvaldo Bachião Filho disse que o momento é da melhor relação de troca em café da história da Femagri

A importância deste momento econômico do café para os produtores rurais, sobretudo, foi o tema principal do discurso do vice-presidente da Cooxupé, Osvaldo Bachião Filho. De acordo com ele, a 24ª edição da Femagri traz a melhor relação de troca em café da história.

“Existem razões para o preço do café estar neste patamar, como as mudanças climáticas. Entretanto, talvez o maior motivo seja o consumo mundial em alta. A gente saiu de um consumo de 100 milhões de sacas para mais de 170 milhões. Não faltou o produto no mundo graças ao Brasil. Nesse sentido, nossa cafeicultura continua forte e dá exemplo aos outros países. O mundo vai precisar de nós e temos que produzir mais”, declarou.

Além disso, o vice-presidente avisou às famílias cooperadas para aproveitarem a Femagri para fazer ótimos negócios com a Operação Barter, com trocas em café, e fez um alerta.

“Como a taxa de juros está em alta, precisamos ter consciência que o preço do café não ficará assim para sempre e existe um limite. Para não ter riscos, portanto, devemos usar o café que a gente produz. Neste momento, é a melhor oportunidade que a Femagri já registrou para fazer os investimentos e trazer mais rentabilidade. Além de mais qualidade de vida às nossas famílias”, concluiu.

Trocas em café em curto prazo

Mecanização das lavouras foi um dos assuntos abordados na abertura do evento

Ademais, o superintendente de Desenvolvimento do Cooperado, José Eduardo dos Santos Júnior, explicou que os produtores devem se atentar na hora de fechar negócios.

“Geralmente, incentivamos as trocas em café de três a cinco anos. Porém, neste ano não é o melhor negócio por conta das taxas de juros altas. O preço do café está alto agora e no futuro próximo, mas depois deve cair e essa relação de troca não será atrativa em longo prazo. Estamos em uma condição ímpar, o momento é muito bom. Entretanto, atentem-se a fazer negócios em prazos mais curtos, para no máximo em dois anos. Porque será a melhor oportunidade que os senhores terão na Femagri”, complementou.

Força da Cooxupé

Público no primeiro dia da Femagri 2025: abertura enfatizou as trocas em café em curto prazo

Por fim, o presidente da cooperativa, Carlos Augusto Rodrigues de Melo, discursou sobre o tema da feira e a força da Cooxupé.

“Os problemas climáticos nos afetam desde 2020 e nossos cooperados enfrentam com muita resiliência. A produtividade caiu, mas, ao mesmo tempo, essas questões trazem uma oportunidade, que é o mercado. Mesmo nesse momento tão difícil, a Cooxupé superou todos os recordes da sua história. Menos o indicador do recebimento de café, por conta das questões climáticas. De toda forma, nossos colaboradores e nossas famílias cooperadas trouxeram um resultado esplendoroso e ainda teremos uma oportunidade de distribuição aos cooperados bastante alta”, adiantou.

Em conclusão, Melo orientou os visitantes a aproveitarem as oportunidades de negócio oferecidas durante a Femagri 2025.

“Espero que todos vocês levem conhecimento para suas propriedades, atualizações através da Fazendinha. E inovação tecnológica de mecanização, tão necessária pelas questões de falta de mão de obra. Dessa forma, desejo uma boa colheita, bons negócios e juízo. Com 72 anos, nunca vi uma oportunidade de fazer negócios com o café como agora”, finalizou o presidente.

Crédito fotos: André Monteiro