Clima: agosto com chuvas abaixo da média e registro de geadas

Clima: agosto com chuvas abaixo da média e registro de geadas

Departamento de Geoprocessamento da Cooxupé também monitorou falta de chuvas e temperaturas acima da média histórica

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Agosto foi marcado por registro de geadas, nos dias 10 e 11 daquele mês, de acordo com Departamento de Geoprocessamento da Cooxupé. Ainda segundo análise dos engenheiros, os valores registrados pelas estações meteorológicas da cooperativa mostraram temperaturas acima da média histórica. Por exemplo, no Sul de Minas, Guaxupé teve temperatura máxima de 35ºC. Por outro lado, Cabo Verde e São Pedro da União registraram 1,4ºC de temperatura mínima. No Cerrado Mineiro, Patrocínio anotou 0,6ºC.

A princípio, por consequência, as temperaturas mínimas entre os dias 10 e 11 provocaram registro pontuais de geadas em diversos municípios.

Registro de geadas

No Sul de Minas, cidades como Nova Resende, Conceição da Aparecida, Piumhi, Alfenas Guaxupé e Juruaia. E ainda Machado, Botelhos, Cabo Verde, Itamogi, Campestre, Ibiraci e Santo Antônio do Amparo tiveram ocorrência de geadas em áreas de baixada. Entretanto, sem influência nas lavouras de café.

Apenas em São Sebastião do Paraíso houve danos por geada em pequena área cafeeira. Já em Ouro Fino, São Gonçalo do Sapucaí, Três Corações e Coqueiral não houve ocorrência.

Cerrado Mineiro

De antemão, as geadas também atingiram as áreas de baixada, com relatos de geada de capote com predominância de média e alta intensidade. Nesse sentido, registraram temperaturas mínimas em lavouras no Rio Paranaíba, Serra do Salitre, Monte Carmelo, Patrocínio, Coromandel e Araxá. Além de Estrela de Minas, Iraí de Minas e Romaria. Em contrapartida, em Campos Altos não houve dano em lavouras cafeeiras.

Média Mogiana e Matas de Minas

De acordo com o Departamento, não houve danos nas lavouras de café em Caconde e São José do Rio Pardo. Assim como na região das Matas de Minas por registro de geadas.

Aliás, vale destacar que mesmo que a geada não tenha atingido de forma direta as lavouras, as baixas temperaturas registradas, somadas às rajadas de vento, podem alterar o metabolismo da planta. Além disso, causar danos físicos, principalmente em tecidos novos.

No entanto, mesmo com os registros de baixas temperaturas, a média permaneceu acima de 29ºC em todos os municípios monitorados.

Dessa forma, houve registro de alta amplitude térmica, que são as grandes diferenças entre as temperaturas máximas e mínimas. Ou seja, fator que pode alterar o metabolismo das plantas, causando elevado consumo de energia, redução de carboidratos. Ou interferência no processo de divisão e diferenciação celular.

Evapotranspiração

Ademais, tivemos mais um mês atípico com registro de altas temperaturas alterando os processos fisiológicos das plantas. E, ainda, provocando aumento da taxa de Evapotranspiração Potencial (ETP).

Todos os municípios monitorados pela cooperativa, inclusive, apontaram dados acima de 56,3 mm de ETP. Atingindo, assim, o maior registro de 76,7 mm em Coromandel, no Cerrado Mineiro. Segundo a análise, o fator de umidade no solo limitou os processos fisiológicos das plantas, demonstrando a importância de sistemas para irrigação.

Por outro lado, a Evapotranspiração Real (ETR) corresponde ao cálculo que quantifica a água que se evapora por meio da transpiração e do metabolismo das plantas. Portanto, o índice permaneceu abaixo de 31 mm em todos os municípios. Desse modo, Patrocínio atingiu a marca de 4,1 mm. 

Abertura floral

A ETP acumulada a partir de abril é uma indicadora do processo de transformação das gemas vegetativas em gemas reprodutivas. Que são responsáveis pela produção de 2025. Acima de tudo, a transformação estará completa quando a ETP atingir 335 mm. Estando, dessa forma, preparada para receber as condições meteorológicas favoráveis (água e temperatura) para estimular a abertura floral.

No mês de agosto, praticamente todos os municípios registraram valores das ETP acumuladas, a partir de abril, acima de 335 mm. Exceto Cabo Verde (291,2 mm), Campestre (318,4 mm) e São Pedro da União (302,5 mm), localizados em maiores altitudes.

Falta de chuva

Praticamente não choveu no mês de agosto no Cerrado Mineiro. Nesse sentido, os municípios acompanhados registraram chuvas abaixo da média histórica ou igual a zero para o mês. São José do Rio Pardo, na Média Mogiana paulista, registrou o maior volume de chuva (27,6 mm).

Houve, ainda, pequenos volumes de chuva registrados no Sul de Minas Gerais. Isto é, poucas chuvas irregulares e distribuídas no 1º e 3º decêndio do mês.

Em decorrência do baixo volume de chuvas e altas temperaturas, todos os municípios registraram déficit hídrico acima de 37 mm. Em primeiro lugar, chegando a 72,3 mm em Monte Carmelo, no Cerrado Mineiro.

Sobretudo, o déficit hídrico se estendeu pelos três decêndios do mês de agosto. Acumulando muito acima da média histórica para o mês.

Armazenamento de água no solo

Em suma, em decorrência das condições meteorológicas registradas, o armazenamento de água no solo foi comprometido. Todos os municípios registraram armazenamento de água do solo abaixo de 13,4 mm. Acionando, por fim, o sinal de alerta par ao período de extrema seca.

Vários municípios estão com armazenamento de água do solo abaixo de 5% de sua capacidade. Afinal, o Cerrado Mineiro registra praticamente 160 dias sem registro de chuvas, somados a partir de março. Em conclusão, a continuidade das condições climáticas desfavoráveis poderá acarretar em perdas consideráveis na safra 2025.

Na página da Cooxupé, em síntese, estão disponíveis para consulta os dados coletados pelas estações meteorológicas da cooperativa.


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