Nematoides no cafeeiro afetam a saúde das plantas

Os nematoides no cafeeiro são pragas microscópicas que podem causar sérios danos. Afetando, assim, a saúde das plantas e a produtividade das lavouras. Existem diferentes espécies de nematoides que atacam as raízes. Como, por exemplo, o Meloidogyne spp. (nematoide-das-galhas), o Pratylenchus spp. (nematoide-das-lesões-radiculares) e o Radopholus similis.

Antes de mais nada, as informações são dos engenheiros do Desenvolvimento Técnico de Ibiraci/MG, da Cooxupé. A seguir, entenda mais sobre esta praga.

Nematoides no cafeeiro

Em primeiro lugar, os nematoides Meloidogyne spp. são economicamente os mais relevantes para a cultura do cafeeiro. Já a espécie Meloidogyne exígua causa perdas pela sua ampla distribuição nos principais estados produtores de café. Por outro lado, o Meloidogyne incognita e Meloidogyne paranaensis, apesar de estarem em áreas menores e mais localizadas, são espécies são muito agressivas e causam danos intensos no cafeeiro.

Cada uma dessas pragas age de forma diferente. Entretanto, todas podem comprometer a absorção de água e nutrientes pelas plantas, levando à queda na produtividade. Nesse sentido, estima-se que a produção mundial de café tem redução em média de 15%. No Brasil, a redução é de 20% de produtividade devido à ação dos nematoides.

Disseminação

A disseminação dos nematoides pode ocorrer de diversas formas. Tais como pela água de irrigação, escoamento de água de chuva, mudas contaminadas, máquinas e implementos agrícolas. Assim como pelos animais e pessoas.

De antemão, as imagens ilustram danos causados pelo nematoide Meloidogyne paranaenses e Meloidogyne exígua, na região cafeeira da Alta Mogiana, no município de Ibiraci.

Manejo e controle

Acima de tudo, é importante realizar algumas práticas para manejar e controlar os nematoides. Isso desde a formação de mudas até o cafeeiro implantado.

1. Prevenção e Monitoramento

• Uso de mudas sadias

Utilize mudas certificadas e livres de nematoides. Dessa forma, a escolha de materiais vegetativos saudáveis é crucial para evitar a introdução de nematoides na lavoura.

• Análise de solo e raízes

Realizar a análise do solo e das raízes periodicamente pode ajudar na detecção precoce de nematoides. Além disso, na escolha de estratégias de manejo adequadas.

2. Rotação de culturas

• Alternância de culturas

Plantar culturas não hospedeiras de nematoides, como leguminosas, pode ajudar a reduzir a população de nematoides no solo. A princípio, a rotação com culturas como crotalária ou mucuna é uma prática comum.

3. Uso de nematicidas

• Nematicidas químicos

Existem produtos químicos específicos que podem ser aplicados no solo para controlar a população de nematoides. No entanto, é importante seguir as recomendações de dosagem e aplicação para garantir a eficácia.

• Nematicidas biológicos

Produtos biológicos à base de fungos e bactérias que parasitam nematoides também estão disponíveis e são opções mais sustentáveis.

5. Resistência genética

• Variedades resistentes

Primeiramente, optar por variedades de cafeeiro que apresentem resistência a nematoides pode ser uma estratégia eficiente em longo prazo. A pesquisa genética tem avançado nessa área, oferecendo, assim, opções de variedades mais tolerantes a essas pragas.

6. Manejo cultural

• Adubação equilibrada

Um bom manejo nutricional das plantas ajuda a fortalecer o sistema radicular e a minimizar os danos causados por nematoides. Portanto, manter o solo saudável, com boa matéria orgânica e adubação adequada, é fundamental.

• Cobertura do solo

Em síntese, a manutenção de uma cobertura vegetal pode ajudar a diminuir a temperatura do solo. Além de criar um ambiente menos favorável para a proliferação de nematoides.

Ademais, o manejo integrado de nematoides no cafeeiro deve combinar diferentes estratégias para ser eficaz. A prevenção é sempre a melhor abordagem. Porém, caso a infestação ocorra, o uso de técnicas combinadas (como a rotação de culturas), de nematicidas e a escolha de variedades resistentes podem ajudar a minimizar os impactos. E, por fim, garantir a sustentabilidade da produção cafeeira.