Clima: Junho sem chuvas e temperaturas muito acima da média

Durante o mês de junho de 2024, o Departamento de Geoprocessamento da Cooxupé constatou temperaturas muito acima da média histórica nos municípios analisados. De antemão, as temperaturas médias permaneceram 1,5°C superior da média. Ao confrontar as médias registradas em 2023, 2022 e 2024, os engenheiros agrônomos perceberam temperaturas de 1,8°C e 1,3°C acima em relação aos anos anteriores.

Temperaturas muito acima da média

Primeiramente, em Guaxupé, Sul de Minas, registraram temperatura máxima de 32,6 °C. Na mesma região, Cabo Verde registrou 6,5°C de temperatura mínima para o mês de junho. Nesse sentido, observa-se um aumento das temperaturas médias no terceiro decêndio do mês.

Ademais, houve registro de alta amplitude térmica. Ou seja, grandes diferenças entre as temperaturas máximas e mínimas. Este fator que pode alterar o metabolismo das plantas causando elevado consumo de energia. Além de redução de carboidratos ou interferência no processo de divisão e diferenciação celular.

Avanço da colheita

Em junho, pois, observaram o avanço da colheita do café e o amadurecimento dos frutos passando rapidamente para seco. Além de altas temperaturas e baixa precipitação (chuva) somadas à baixa umidade de água no solo.

Antes de mais nada, tudo isso causa aumento na taxa de evapotranspiração das plantas, influenciando na antecipação e maturação fisiológica dos frutos. E, por consequência, acelerando o amadurecimento dos grãos e passagem dos frutos maduros para secos. Temperaturas elevadas, ainda assim, alteram os processos fisiológicos, fotossíntese e a fermentação dos frutos. Podendo comprometer a qualidade da bebida.

Fase vegetativa

Por outro lado, quanto à fase vegetativa, os cafeeiros estão passando no momento de indução e maturação das gemas florais. Isto é, que serão responsáveis pela florada e produção da safra 2025, fase importante para manutenção da área foliar das lavouras.

Portanto, qualquer fator desfavorável à fase reprodutiva e/ou vegetativa, que altere o metabolismo da planta, pode comprometer seu desenvolvimento. Podendo, assim, acarretar prejuízo no desenvolvimento da safra de 2025. Devido às altas temperaturas e baixa umidade do solo, é evidente o estresse que as plantas foram submetidas. Há relatos, inclusive, de escaldadura e murcha foliar pelo Departamento Técnico da Cooxupé.

Poucas chuvas

Junho praticamente não choveu. Dessa forma, os municípios acompanhados registraram chuvas abaixo da média histórica ou igual a zero para o mês. Apenas Cabo Verde (4,8 mm), Carmo do Rio Claro (3,8 mm) e Caconde (2,6 mm).

Em decorrência ao baixo volume de chuva e altas temperaturas, pois, todos os municípios registraram déficit hídrico acima de 24 mm. Sobretudo, é um indicador da falta de água que as plantas foram submetidas, com volumes chegando a 49,1 mm em Caconde.

Déficit hídrico

Em síntese, o déficit hídrico se estendeu pelos três decêndios do mês de junho.  Desde já, em análise, observaram maior registro de déficit hídrico no terceiro decêndio do mês.

Isso em consequência do aumento de temperatura e baixa precipitação, causando maior taxa de evapotranspiração. Este quadro, se persistir, poderá favorecer o processo de desfolha das lavouras.

Armazenamento de água no solo

Em decorrência do baixo registro de chuva, somado às altas temperaturas, o armazenamento de água no solo foi comprometido. Em suma, todos os munícipios registraram armazenamento abaixo de 42,6%, acionando o sinal de alerta para o período de seca.

Por fim, na página da Cooxupé, estão disponíveis para consulta todos os dados coletados pelas estações meteorológicas da cooperativa.