Mitigação de efeitos de escaldaduras no cafeeiro

Mitigação de efeitos de escaldaduras no cafeeiro

Aprenda como minimizar o problema adotando cinco diferentes estratégias de manejo, entre elas, análise do solo e irrigação

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As lavouras cafeeiras são muito afetadas pelas grandes amplitudes térmicas. Ou seja, as altas temperaturas durante o dia e baixas temperaturas durante a noite. De antemão, esse efeito associado à falta de água pode gerar escaldaduras nas folhas da planta. Trazendo, assim, prejuízos para a produção de café.

Dessa forma, a Cooxupé preparou um vídeo para explicar aos seus cooperados como fazer a mitigação de efeitos de escaldaduras no cafeeiro.

Escaldaduras

Desde já, o engenheiro agrônomo Leonardo Alves Guedes, do Departamento Técnico da Cooxupé, explica que houve um predomínio climático do El Niño nos últimos meses.

“O fenômeno tem como características pancadas de chuvas isoladas, altas temperaturas e longos períodos de estiagem. O que afeta as lavouras cafeeiras, gerando escaldaduras e estresses, comprometendo sua produtividade”, detalha.

Sobretudo, a falta de água compromete significativamente as rotas metabólicas e o funcionamento bioquímico das células da planta. Nesse sentido, o efeito de escaldadura é irreversível, pois não tem como ter controle sobre ele. Porém, é possível minimizar os seus efeitos adotando estratégias de manejo.

“Em primeiro lugar, é preciso uma planta bem equilibrada, que vai conseguir suportar melhor as adversidades do clima. Tanto temperaturas altas quanto longos períodos de estiagem e estresses de uma maneira geral”, ressalta Guedes.

A seguir, confira cinco estratégias de manejo para diminuir a incidência das escaldaduras no cafeeiro.

1. Análise do solo

Para adotar um manejo equilibrado, é necessário, acima de tudo, uma análise de solo bem feita.

Muitas vezes, o produtor pensa primeiro no adubo, segundo o engenheiro. Porém, a base da fertilidade do solo é o calcário.

“É necessário fazer uma correção bem feita, com equilíbrio dos futuros nutrientes: cálcio, magnésio e potássio, que são as bases.  Elas têm que estar bem equilibradas, nenhuma faltando, nenhuma em excesso, porque são rotas de absorção que competem entre si”, orienta.

2. Análise foliar

Em seguida, outro principal ponto de equilíbrio do manejo, que serve como um complemento, é a análise foliar.

De acordo com Guedes, é preciso saber o que tem realmente dentro da planta de café. “Assim, a gente consegue realizar as pulverizações conforme com a necessidade da planta”, afirma.

3. Uso de aminoácidos

Depois, o engenheiro lembra que uso de aminoácidos e micronutrientes via foliar tem sido um sucesso na cafeicultura. Afinal, é assim que se consegue potencializar e melhorar as reações metabólicas e bioquímicas das plantas.

“Portanto, com a ativação de enzimas, conseguimos melhorar a formação de proteínas, tendo uma célula mais túrgida, para passar melhor pelo estresse hídrico. Nesse caso, os micronutrientes utilizados seriam cobalto, molibdênio, zinco, boro, manganês e níquel”, comenta Guedes.

4. Irrigação e plantas de cobertura

A irrigação, juntamente com a cobertura de solo, também é uma forma de amenizar estresse. Isso porque vai conseguir armazenar por um longo período a água em nosso solo. E, via irrigação, fornece a água para as lavouras, visando ter um funcionamento da planta de forma que ela consiga se refrigerar.

“No ato de evapotranspirar, a planta perde calor. Então, é como se ela fosse um radiador. Se faltar água no carro, ele vai ferver. É onde acontece às vezes a escaldadura, devido à falta de água”, compara.

5. Uso de protetor solar

Em contrapartida, o uso de protetores solares tem aumentado significativamente. Uma vez que consegue proteger a folha, diminuindo a incidência da intensidade de luz. E, consequentemente, diminui as temperaturas na folha e os estresses ocasionados por ela.

De acordo com Guedes, alguns estudos têm mostrado que o protetor solar diminui, além do estresse em lavouras recém-implantadas, o índice de replantio das lavouras. Em suma, o produtor consegue ganhar mais tarde, diminuindo custos com replantio, mudas e mão de obra. Assim, melhorando o estande da formação das lavouras.

“A gente tem que fazer o dever de casa bem feito. Afinal, temos as estratégias de manejo para serem utilizadas. Além disso, procure um técnico da sua confiança e conte sempre com a Cooxupé”, finaliza Guedes.

Saiba mais sobre a mitigação de efeitos de escaldaduras no cafeeiro no vídeo do Cooxupé em Foco.