O que leva algumas pessoas a preferirem café sem açúcar?

O que leva algumas pessoas a preferirem café sem açúcar?

Um estudo norte-americano explica o motivo em relação a essas preferências

2 minutos de leitura

Reportagem da CNN divulgada pelo portal Canal Tech traz, o que é para muitas pessoas, o estranho e incompreensível hábito de tomar uma xícara de café sem açúcar. E, ainda, quem prefere os tipos de chocolate amargo.

De acordo com um estudo norte-americano, a explicação para estas preferências pode estar na genética. Bem como no grau de sensibilidade dos indivíduos para os efeitos da cafeína no corpo.

O estudo consta na revista Nature Scientific Reports e teve como líder a pesquisadora Marilyn Cornelis, da Northwestern University, nos Estados Unidos.

“A maior sensibilidade aos efeitos fisiológicos adversos da cafeína foi associada a evitar o sabor do café”, explicam os autores do estudo.

Em outras palavras, quem mais facilmente sente palpitações ou é afetado negativamente pela cafeína da bebida costuma preferir o café com açúcar ou outro tipo de adoçante. Dessa forma, este seria um disfarce, capaz de permitir o consumo da bebida.

Por que café sem açúcar?

A reportagem ainda conta que, anteriormente, a equipe da Northwestern University descobriu que uma variante genética aumentava a possibilidade de alguns indivíduos tomarem diariamente mais café que os outros.

“Pessoas com esse gene metabolizam a cafeína mais rápido, então os efeitos estimulantes desaparecem mais rápido e elas precisam beber mais café”, explica a cientista Cornelis para o canal CNN.

Para a pesquisadora, essa predisposição ao maior consumo da cafeína pode explicar o motivo de algumas pessoas consumirem “muito” café. Mas, não se sentem ansiosas ou nervosas. Na outra ponta, alguns indivíduos têm alta sensibilidade para o estimulante e uma dose um pouco maior pode ter fortes efeitos no sistema nervoso.

No mais recente estudo sobre o consumo de café, a equipe investigou aqueles que preferem café preto e os que fazem questão de adoçar qualquer xícara da bebida que irão tomar. “Encontramos que consumidores de café, com a variante genética que reflete um metabolismo mais rápido da cafeína, preferem café amargo e preto”, afirma Cornelis à CNN.

Em paralelo, as análises apontaram para o fato de que esses mesmo indivíduos tendem a preferir chá sem açúcar e, quando disponível, sempre optam pelo chocolate amargo que as versões ao leite do mesmo produto.

O que diz esta descoberta?

Conforme os pesquisadores, a preferência por café puro não está necessariamente relacionada ao sabor. Para Cornelis, as pessoas com este gene simplesmente preferem café preto. Já que associam o sabor amargo com o aumento do estado de alerta mental que desejam com a cafeína.

“Nossa interpretação é que essas pessoas comparam o amargor natural da cafeína com um efeito de psicoestimulação”, detalha Cornelis. “Eles aprendem a associar a amargura à cafeína e ao impulso que sentem. Estamos vendo um efeito aprendido”, complementa.

“Em resumo, nossa análise genética sugere que os efeitos psicoestimulantes da cafeína superam o amargor da cafeína. Uma maior preferência por cafeína, com base em diferenças genéticas nos efeitos fisiológicos da substância, leva a uma preferência mais forte pelo sabor e cheiro de café e chocolate amargos”, completam os autores do estudo.

Fonte: Nature Scientific Reports e CNN    


Tags: