Saiba como é feito o processo de exportação do café especial

Saiba como é feito o processo de exportação do café especial

Produzidos pelas famílias cooperadas da Cooxupé, grãos são comercializados para diversos países pela SMC Specialty Coffees

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Os cafés especiais produzidos pelas famílias cooperadas da Cooxupé são identificados através do programa Especialíssimo e comercializados pela SMC Specialty Coffees. Ou seja, a empresa controlada pela cooperativa que é responsável por todo o processo de recebimento e exportação dos grãos. Entretanto, como será que é feito o processo de exportação do café especial?

Exportação do café especial

Quando o assunto é a exportação desses grãos, nesse sentido, podem surgir algumas dúvidas sobre os procedimentos. Afinal, há diversos fatores externos que podem impactar nesse longo caminho que o café especial percorre até chegar a seus destinos.

“É interessante falarmos sobre alguns pontos referentes à logística e exportação com os cooperados e cooperadas. Já que recebemos perguntas recorrentes”, comenta Estela Marrafon Galhardi. Ela é supervisora administrativa na SMC.

Abaixo, listamos as respostas a cinco dúvidas comuns sobre a exportação do café especial. Confira a seguir.

1. O contêiner usado para exportar o café pertence a SMC?

Estela Marrafon: Não. Os contêineres pertencem aos armadores, isto é, empresas que executam todos os procedimentos de carga entre os portos. Cada cliente escolhe o armador que melhor se adequa às suas exigências. Dessa forma, fica na obrigação da SMC efetuar a reserva marítima de acordo com a indicação do cliente, o carregamento. Além da entrega no porto dentro dos prazos combinados.

Nós utilizamos contêineres “padrão alimento”, os quais não podem apresentar cheiros. Ainda assim, não podem ser utilizados para carregamento de produtos químicos nem ter avarias na estrutura. Esse é o tipo de contêiner mais difícil de se conseguir. Tanto por suas particularidades quanto pela alta procura, principalmente no segundo semestre.

2. Como é feito o carregamento e o transporte até o Porto de Santos?

Estela Marrafon: Primeiramente, a SMC tem parceria com algumas transportadoras que agendam a retirada do contêiner no Porto de Santos. Nesse momento, efetuamos uma primeira inspeção. Ao chegar no nosso armazém, pois, nossa equipe o inspeciona novamente. Em seguida, fazemos o carregamento dos lotes e, após lacrado, o contêiner é levado para o Porto.

Depois, chegando em Santos, o contêiner é entregue no horário designado, pronto para o embarque. Já dentro do terminal, por fim, a Receita Federal confere toda a documentação necessária para a liberação.

3. Quanto custa exportar um contêiner? Como funciona o frete marítimo?

Estela Marrafon: Após o período de pandemia, acabaram surgindo custos extras que antes não existiam. Especialmente para o contêiner padrão alimento – como ele tem uma procura maior, alguns armadores passaram a cobrar para fornecer esse tipo específico. Não são todos que assimilaram essa prática, entretanto acontece.

Do mesmo modo, há um período estipulado em que o contêiner pode permanecer em espera, fora e dentro do terminal. Mesmo que haja atrasos que não sejam de nossa responsabilidade, porém, cobram taxas extras para que a carga permaneça ali até o momento do embarque.

Inclusive, negociamos nossos cafés em dólar. E os custos de exportação também pagamos nessa moeda. Nesse sentido, custos no terminal, emissão de documentos, lacre, manuseio – todos esses pontos sofreram aumentos. Nos últimos três anos, por exemplo, surgiram novas taxas e, totalizando, de 2021 adiante, os custos gerais de exportação aumentaram em 35%.

4. Quantos dias um navio demora para chegar ao seu destino?

Estela Marrafon: Para cada destino nós temos uma média. Ou seja, se levarmos em consideração os países da Ásia, pode demorar de 34 a 38 dias. Em rotas para Europa, por exemplo, o prazo gira em torno de 20 dias. E para a África do Sul, a média é um pouco menor – cerca de 12 dias. Isso pode ser muito relativo, pois depende de quantas paradas (escalas) o navio fará. A rota estabelecida também irá interferir no prazo de chegada e no custo do frete.

Primordialmente, nós levamos cerca de 10 dias para concluir toda a operação, em uma situação confortável. Levando em consideração os atrasos que temos visto durante os últimos tempos, em suma, o prazo pode se estender para 15 dias. De acordo com o Cecafé, em situações extremas, já se chegou a 22 dias.

5. Há interferências externas que podem comprometer o prazo da exportação?

Estela Marrafon: Sim. Por um lado, o mau tempo é um dos pontos que mais pode afetar. O navio não pode operar caso o clima esteja alarmante e essa espera impacta no tempo do trajeto.

No ano passado, com as chuvas que tiveram no Sul do Brasil, os navios não estavam atracando no Porto de Paranaguá, no Paraná, seguindo direto para o Porto de Santos. Portanto, isso incorreu em diversos atrasos e alterações de prazo. Problemas técnicos ou acidentes também são causas de atrasos.

Em fevereiro desse ano, em síntese, os atrasos de navios com café no Porto de Santos chegaram a 75%. Desde já, isso afeta diretamente o planejamento de embarques das empresas que trabalham no ramo, gerando custos adicionais. Em outras palavras, acaba sendo um grande entrave na hora de cumprirem os prazos e honrarem os compromissos de entrega.*

Mesmo com as dificuldades operacionais que podem surgir, a SMC segue atendendo plenamente as demandas de seus clientes. Como resultado, atuando em mais de 29 países, levando os cafés especiais brasileiros. Além disso, prezando pelas parcerias e alta qualidade, de ponta a ponta.

Em conclusão, para saber mais sobre o trabalho da SMC, acesse o site clicando aqui. E siga a empresa nas redes sociais @smccafebr.

* Informação extraída do site Cecafé, 2024.