Confira diferentes formas de preparar o café em casa

Confira diferentes formas de preparar o café em casa

De acordo com o modelo de filtro é possível preparar um café mais ou menos encorpado, com variações no sabor. Conheça alguns desses produtos

4 minutos de leitura

Você que gosta de café, sabia que a depender do modelo do coador que você usa pode mudar, também, o sabor do seu café?

Pois é. A barista Débora Reis, do Coffee&Joy, vai te explicar sobre diferentes formas de preparar o café à disposição no mercado. E, assim, mostrar como elas influenciam no sabor da bebida. Então, confira a diferença entre esses coadores no site Territórios gastronômicos.

Diferentes formas de preparar o café

Uma das dúvidas mais comuns de quem está começando no mundo do café especial é o porquê de existirem tantos métodos diferentes para fazer café. Outra curiosidade, de antemão, é sobre o que difere cada um deles.

E neste post do Territórios Gastronômicos você vai aprender sobre o tradicional coador de pano e, ainda, sobre métodos como o Koar, Hario V-60 e a Clever, por exemplo.

A princípio, o café especial possui nuances de sabor, assim como o vinho. Ele apresenta doçura, acidez e corpo. Assim, cada método de preparo ressalta uma característica diferente, ainda que seja utilizado o mesmo tipo de café.

Por mais que essa infinita variedade de coadores pareça existir apenas para te confundir, cada um deles foi pensado especificamente para destacar uma nuance dos cafés.

Dessa forma, existem coadores que utilizam filtro de pano, já outros utilizam filtro de papel. Alguns têm formato mais cônico, outros mais achatados. E os desenhos internos, conhecidos como ranhuras, também influenciam no sabor como você verá a seguir.

1 – Coador de pano

A escolha do método de preparo é importante porque ele caminha lado a lado com o gosto individual de cada pessoa. Se você não gosta de um café ácido, por exemplo, obviamente, vale a pena investir num método de preparo que não tenha como objetivo ressaltar a acidez.

Por tradição, talvez o coador de pano seja o método mais famoso de preparar café no Brasil. Ele remete, desde já, à infância. E vem com uma pitada de memória afetiva para boa parte dos brasileiros. Até por isso, é facilmente encontrado para vender. Seja em tamanho individual ou mesmo maior.

Mas, como é o café feito no coador de pano? O filtro de pano ressalta os óleos do café devido às tramas e fios do tecido. Por causa disso, o café não vai ter uma acidez muito acentuada. Será uma bebida mais equilibrada e, contudo, visivelmente mais encorpada.

2 – Coador Melitta

Esse coador também é bastante popular no Brasil. Ele foi inventado no começo do século XX, pela dona de casa alemã Melitta Bentz. Inicialmente, ela tinha o objetivo de suprir a necessidade de preparar um café prático e que não ficasse com resquícios de pó na xícara.

O filtro de papel utilizado no coador Melitta segura bem mais os óleos do café e os resquícios de pó de café do que um coador de pano. Ele tem uma base achatada e um furo pequeno na parte inferior. Isso faz com que a água passe pelo café um pouco mais devagar. O que, consequentemente, resulta numa bebida que ressalta a doçura, tem corpo equilibrado, baixa acidez e uma finalização mais potente, com leve amargor no final.

3 – Hario v60

Como falamos, o coador de pano e o filtro de papel têm seu lugar nas manhãs brasileiras. No entanto, a Hario V60 cresce em popularidade. E é considerada, portanto, a queridinha do mundo do café especial.

Desde já, a V-60 tem um formato mais cônico em comparação aos outros métodos de preparo. Ela tem a base mais reta e o furo na parte inferior é bem maior que o do Melitta, por exemplo. Assim, a água passa mais rápido pelo pó de café.

E esse fluxo permite que ela entregue um café mais ácido, menos intenso e com doçura equilibrada. Mas, vale lembrar: como a V60 oferece maior controle do fluxo de água, as receitas podem variar muito.

4 – Waals

A Waals é bem parecida com a Hario V60, entretanto ela acaba sendo mais acessível por ser uma marca nacional. Sua principal diferença é que na base da Waals existem dois buracos laterais que evitam existir uma pressão entre a garrafa de café e o coador. Enquanto que a V60 tem a base fechada. E, por isso, essa pressão pode existir, fazendo com que o café fique gotejando.

A Waals, em síntese, entrega um café com um pouco mais de doçura, devido ao maior controle do fluxo de extração. Por isso, os melhores cafés para a Waals são os cafés mais exóticos, com mais acidez, como os frutados.

5 – Koar

O Koar também é um método brasileiro de preparar café. Ele tem um formato cônico, assim como a Hario V60 e a Waals. Mas, a diferença está nas ondulações na parte interior do coador.

Elas existem, desde já, para que o filtro não fique colado na parede do coador. Isso faz com que a água não tenha tanta resistência na hora de passar entre os pozinhos de café.

Assim, o Koar entrega um café com maior equilíbrio de acidez e doçura. Por causa disso, os cafés ideais para o Koar são do tipo frutado.

6 – Clever

A Clever é, a princípio, o método inteligente de fazer café (literalmente! Clever, em inglês, significa “inteligente”). Ela tem uma válvula na parte inferior que retém o café. Logo, ele só começa a ser extraído quando a válvula é acionada. Isso faz com que o café fique infusionado por um tempo. Juntando a técnica da prensa francesa com a filtragem dos coadores. Exatamente por esse sistema de infusão, a Clever é muito parecida com a técnica utilizada para avaliar os cafés – o cupping.

A Clever traz um café com muita clareza nas notas sensoriais. Por isso, a utilização de cafés mais exóticos é o ideal.

7 – Chemex

A Chemex, sobretudo, é uma obra de arte de fazer café. E não é ironia! Tanto que ela está exposta no MoMA (Museu de Arte Moderna). E foi inventada, pois, por um químico para trazer alguns atributos na hora de preparar o café, como a delicadeza.

A Chemex usa um filtro bem mais grosso que o convencional, com três dobras de um dos lados. Exatamente por esse motivo, ela entrega um café mais delicado – uma vez que as três paredes do filtro retêm mais partículas.

Na xícara, o café tem um pouquinho de acidez, doçura e finalização presentes. Mas, é extremamente delicado, o que traz constância para o café.