Drones de pulverização revolucionam a cafeicultura

Drones de pulverização revolucionam a cafeicultura

Tecnologia tornou-se ferramenta importante para melhorar o cuidado das plantações de café, especialmente em lugares de difícil acesso

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Os drones de pulverização estão revolucionando a agricultura, trazendo eficiência e agilidade, especialmente, em áreas com maior declividade. Primordialmente, para garantir o máximo de eficácia das aplicações, é essencial seguir cuidados importantes. De antemão, ajustar a altura de voo, evitar horários muito quentes e assegurar a umidade relativa do ar acima de 50%. A princípio, essa tecnologia reduz riscos de contaminação, compactação do solo e oferece uma alternativa prática e segura para os produtores.

Nesse sentido, a Cooxupé preparou um vídeo aos seus cooperados com recomendações para utilização dos drones de pulverização.

Drones de pulverização

Primeiramente, os drones de pulverização se tornaram grandes aliados dos produtores rurais, principalmente em áreas com maior declividade. De acordo com Jéssica Elaine Silva, do Departamento Técnico da Cooxupé, é importante o produtor ter atenção nos parâmetros operacionais para realização da pulverização.

“Desde já, fazer um drone entre uma altura de 3 e 4 metros acima da cultura é muito importante para que esse fluxo de ar que as hélices ocasionam possa favorecer a aplicação. Quando se voa muito próximo da planta, pode favorecer o escoamento da calda, o que reduz a eficiência de aplicação. Por outro lado, se o drone voa muito longe favorece as condições climáticas que levarão a pulverização para longe da planta”, explica.

Horários quentes e umidade do ar

Para otimizar os resultados, o produtor deve observar vários pontos. Na pulverização, por exemplo, fatores como a temperatura, umidade do ar e vento podem interferir na qualidade da aplicação.

“É muito importante que não seja feita a pulverização em horários muito quentes, porque a gota do drone é muito menor do que a gota dos equipamentos tratorizados. Quando há uma gota desse tamanho, será evaporada muito mais fácil. É necessário estar atento à umidade relativa do ar, acima de 50%. Bem como às rajadas de vento, pois se estiverem desfavoráveis ao sentido da aplicação, carregarão toda a calda e os produtos para fora da lavoura”, conta Jéssica.

A profissional também orienta sobre o volume de calda e da altura de voo para pulverização na cafeicultura. “Temos trabalhado entre 10 a 12km/h até 20 litros por hectare em média. Para favorecer também as condições operacionais do equipamento, pois se começamos a trabalhar com o volume de calda muito acima desse valor, perdemos eficiência operacional. A velocidade de voo também é um dos fatores importantes, porque acima de 16 e 18 km/h desfavorece a entrada da calda dentro da planta. Com isso, é preciso manter abaixo dessa medida para favorecer a aplicação”.

Volume de calda e velocidade

Além do volume de calda e da altura de voo, outros parâmetros são determinantes para a pulverização na cafeicultura. A velocidade do drone, por exemplo, afeta o tamanho das gotas pulverizadas e, consequentemente, a penetração e deposição do produto. Em plantações mais jovens, velocidades maiores mantêm a qualidade da aplicação. Enquanto em cafezais mais maduros, com copas densas, velocidades mais lentas são recomendadas para garantir uma boa penetração da calda.

“Quando a lavoura é mais nova, conseguimos fazer uma aplicação com volume de calda menor e uma velocidade maior, porque há menos copa da planta para cobrir. Agora, quando é uma lavoura mais adulta, é preciso reduzir a velocidade de voo para em torno de 12 km/h, com volume de calda maior, talvez até acima de 20 L/ha, para conseguir cobrir essa planta. Principalmente, favorecer aqueles tratamentos que são necessários entrar mais para dentro da planta, o controle de broca, ferrugem e ácaros. É de grande importância”, aponta Jéssica Silva.

Eficiência

Segundo Luiz Itamar Gonçalves, produtor cooperado de Nova Resende/MG, a tecnologia tem se mostrado uma solução para os problemas enfrentados pelos cafeicultores. 

“Em área mecanizada, há uma agilidade até boa, porém, se tiver um dia chuvoso, você não consegue pulverizar, compacta muito o solo, o trator acaba compactando e o drone deu uma estiada. Logo em seguida, você já pode fazer a aplicação em uma área mecanizada. Enquanto, em uma área manual, hoje, além do risco de contaminação, contato direto com o produto, o drone faz uma cobertura boa, sem esse risco de contaminação de forma prática e rápida”, constata.

O cooperado conta que é a quarta vez que faz a aplicação com o drone. “Isso deu uma eficiência muito boa, então, podemos trabalhar com segurança, sem risco nenhum”, conclui.

Abaixo, confira este episódio do Cooxupé em Foco.