Pesquisa confirma segurança para consumo dos vegetais comercializados no país
Levantamento mostra que 89% das amostras estão em conformidade; resíduos de defensivos encontrados em algumas culturas não apontam risco agudo para consumo, segundo Anvisa
A segurança para o consumo de vegetais foi comprovada em um estudo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Assim, a pesquisa foi realizada em 2019 e 2020, e divulgada na sexta-feira, 19, no Diário Oficial da União.
Principalmente, o estado mostra que 89% das amostras de produtos de origem vegetal analisadas pelo Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes em Produtos de Origem Vegetal (PNCRC/Vegetal) estão dentro do nível de conformidade.
Ou seja, os vegetais comercializados no Brasil são seguros para consumo.
Os resultados são do PNCRC/Vegetal, que tem como objetivo monitorar e fiscalizar os resíduos de defensivos agrícolas. Assim como contaminantes químicos e biológicos em produtos de origem vegetal nacionais e importados.
Desde 2019, quando a fiscalização passou a autuar as irregularidades, o Mapa já aplicou mais de R$ 4 milhões em multas.
Segurança para consumo dos vegetais
Segundo o levantamento, dos 89% de conformidade apontados nas análises, 49% não apresentaram nenhum resíduo e contaminante e outros 40% apresentaram valores abaixo do Limite Máximo de Resíduos (LMR) estabelecido no Brasil.
Assim, apenas 11% das amostras apresentaram algum tipo de inconformidade. Desse total, 10 pontos percentuais representam inconformidades relacionadas a resíduos de defensivos agrícolas e um ponto percentual mostrou a presença de contaminantes, como Salmonella e micotoxinas.
“O estabelecimento dos procedimentos fiscais nas coletas de amostras do PNCRC foi muito importante. Ao passo que o Mapa continua monitorando a situação dos produtos, já é possível a responsabilização dos agentes da cadeia produtiva, nos casos de não conformidade”, diz o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal, Glauco Bertoldo. Até 2019, as irregularidades detectadas pelo PNCRC eram apenas notificadas aos infratores.
Análises
O PNCRC analisou no período 37 produtos de origem vegetal: amêndoa, avelã, amendoim, amêndoa de cacau, arroz, alho, alface, abacaxi, batata-inglesa, banana, beterraba, café grão verde, café torrado e moído, castanha de caju, castanha do Brasil, cebola, cevada malteada, citros, cenoura, farinha de trigo, feijão comum (Phaseolus vulgaris), feijão-de-corda (Vigna unguiculata), goiaba, kiwi, manga, mamão, maçã, milho, melão, morango, pimenta do reino, pera, pimentão, soja, trigo, tomate e uva.
Ao todo, a Rede Nacional de Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (Rede LFDA) coletou e analisou 2.601 amostras. Assim, as amostras são oficiais e coletadas por auditores fiscais federais agropecuários em propriedades rurais, estabelecimentos beneficiadores e em centrais de abastecimento.
As análises do PNCRC são feitas em amostras de produtos nacionais e importados. No período, a análise foi em 91% de produtos nacionais e 9%, importados.
Por outro lado, os produtos de origem vegetal que apresentaram 100% de conformidades no período, temos alho, amêndoa, avelã, café, castanha de caju, castanha do Brasil, cebola, cevada malteada, manga e pimenta do reino. Nas inconformidades, abaixo de 70% (a maioria por uso de produtos não permitidos para a cultura) aparecem feijão comum, goiaba, morango, feijão-de-corda e pimentão.
Defensivos agrícolas
Das 2.601 amostras, 1.777 tiveram o monitoramento de ocorrência de resíduos de defensivos agrícolas, sendo 1.521 amostras conformes e 256 não conformes.
Por fim, as violações em produtos nacionais chegaram a 14%. Desses, 10% defensivos agrícolas não permitidos para a cultura – que não significa, necessariamente, risco para a saúde dos consumidores. Já 4% com uso acima do limite máximo de resíduos – que indica uso inadequado do produto, não seguindo as orientações da bula.
“Neste biênio, não constatamos nenhuma violação por agrotóxicos proibidos no Brasil nas análises, o que demonstra a segurança dos produtos brasileiros”, destaca Bertoldo.