Produção de insumos biológicos ganha espaço nas fazendas

Produção de insumos biológicos ganha espaço nas fazendas

Produtores de café estão atentos a alternativas sustentáveis e que geram eficiência econômica, como o caso da produção de insumos biológicos

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Primeiramente, os produtos biológicos desempenham um papel essencial no manejo sustentável de pragas e doenças. Ainda mais, a produção on farm, ou produção de insumos biológicos nas fazendas, vem ganhando cada vez mais espaço. Isso ocorre através da multiplicação de cepas dentro da propriedade para uso próprio.

Nesse sentido, a Cooxupé preparou um vídeo para explicar aos seus cooperados a produção de insumos biológicos em suas propriedades.

Produção de insumos biológicos

De acordo com Leandro Gonçalves de Oliveira, do Departamento Técnico da Cooxupé, a principal vantagem desse método é a redução nos custos. Isso quando comparado aos produtos comerciais.

“O uso de produtos biológicos vem, a cada dia mais, sendo utilizado na cafeicultura, visada uma agricultura mais sustentável tendo um grande benefício com o uso desses produtos. Sendo assim, em algumas propriedades, a substituição do produto químico via solo pelo micro-organismo vivo”, explica.

Requisitos para manejo

Porém, é necessária a adoção de uma série de requisitos técnicos para garantir a segurança, sanidade e qualidade na produção.

“Falamos hoje do on farm: é só criar uma bactéria ou um fungo. Muita gente acha que é uma coisa simples e não é. Porque de fato estamos falando de um micro-organismo que tem que ter uma condição adequada no processo de multiplicação. Bem como ter um controle de temperatura, de pH, de oxigenação. A pressão osmótica da solução também é muito importante. Então, são vários os fatores dentro do processo em relação ao micro-organismo que temos que ter cuidado”, afirma Tiago Romagnoli, cooperado da Cooxupé de Monte Carmelo/MG.

Limpeza e sanitização

Além disso, para que o processo resulte em um material puro e altamente eficiente, a etapa da sanitização, tanto do local quanto dos equipamentos não deve ser negligenciada.

“O local tem que estar bem arejado. Não pode ter inseto, roedor, aves, evitar esse tipo de contato. Tem gente que fala: ‘Vamos fazer on farm. Vamos fazer em um barracão’, e não é bem assim. A gente tem que ter esse controle de qualidade. Então, tem que ter assepsia, tem que ter uma vestimenta para evitar contaminação. Não é o contato direto, mas na própria respiração, na própria saliva, na conversa, no espirro ou algo nesse sentido, vai contaminar e vai estar no processo fermentativo”, conta Romagnoli. 

Qualidade da água

Antes de mais nada, a água é utilizada em todas as etapas da produção de bioinsumos. Ela deve estar isenta de contaminantes, com pH ajustado, temperatura ideal. Bem como, livre de cloro e ser armazenada em local igualmente limpo.

Com a utilização da água de poço, Tiago Romagnoli apontou a criação de uma caixa antibacteriana dentro da biosala para garantir melhor a qualidade da água. Essa caixa é responsável pela esterilização da água.

Quais produtos mais fabricados?

O cooperado de Monte Carmelo revelou que o sistema de produção de insumos biológicos foi estudado por cerca de três anos. A ideia inicial do cafeicultor foi trabalhar via drench, via solo.

Primeiramente, para o controle de fungos na produção on farm foi utilizado no gênero Trichoderma. Em relação aos tipos de pesticidas, usou-se a nematicida para vistoriar a questão de nematoides de galha. A Metarhizium Beauveria foi utilizada para controle de pragas de solo, além de cochonilha e cigarrinha.

“Num futuro, depois de nos adequarmos certinho, ter um protocolo de multiplicação legal visando a parte aérea da planta. O que vejo do on farm dentro da propriedade é buscar reduzir até 70 ou 80% da aplicação de defensivos”, conclui o cafeicultor.

A seguir, confira o vídeo do Cooxupé em Foco.