Agronegócio produz cinco vezes mais em 40 anos, mesmo com pouco avanço das áreas de cultivo
Novas tecnologias presentes na chamada Agricultura 4.0 ajudam no ganho de eficiência e otimizam os resultados das lavouras
Com a Agricultura 4.0, que levou a modernização de maquinários e novas tecnologias para o campo e o agronegócio, o País conseguiu aumentar cinco vezes mais a produção de grãos em território brasileiro entre 1997 e 2017. Saltou de quase 47 milhões de toneladas para 237 milhões, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Porém, no mesmo período a área plantada com diferentes grãos sequer chegou a dobrar. Subiu de 37,3 milhões de hectares para 60,88 milhões.
Além disso, o volume estimado para a produção de grãos em 2022 no Brasil é de 284,4 milhões de toneladas. Um aumento de 12,5%. Ou seja, 32 milhões de toneladas na comparação com a safra anterior, de acordo com a estimativa da Conab repercutida no site da Revista Rural.
Somente em 2020, a produção de alimentos no País respondeu por quase 70% do PIB Agro Nacional. Ou seja, a produção de grãos se moderniza e produz muito mais em um espaço que não aumenta na mesma proporção. A produção do arroz, por exemplo, traduz bem esse salto de eficiência que o agronegócio registrou nas últimas décadas. Isso porque, saiu de 1,5 milhão de toneladas, em 1977, para 6,22 milhões de toneladas, 40 anos depois.
“O agronegócio brasileiro está cada vez mais maduro e chegando a um patamar de eficiência e produtividade jamais visto no mundo. As novas tecnologias em maquinário, implementos e de irrigação que temos disponíveis hoje buscam solucionar justamente essa delicada equação entre produtividade; qualidade; e sustentabilidade”, afirmou Cauê Campos, CEO do Grupo Pivot, em entrevista à Revista Rural.
Agricultura 4.0
Uma pesquisa feita em parceria entre a Embrapa, o Sebrae e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelou que 84% dos agricultores brasileiros já utilizam ao menos uma tecnologia digital como ferramenta de apoio na produção. O estudo foi realizado entre abril e junho de 2020 e contou com 750 participantes entre produtores rurais, empresas e prestadores de serviços.
Já é realidade no campo produtores que investem na agricultura 4.0. Com recursos digitais como sensores, comunicação entre máquinas; armazenamento em nuvem; dispositivos móveis; softwares que processam dados; e outras técnicas de análise que não só ajudam o homem do campo a interpretar informações e mensurar resultados, mas também na tomada de decisões.
Menos água
Além de uma necessidade cada vez menor na extensão de terras para plantio, a Agricultura 4.0 também foca a questão da preservação de água. Nesse sentido, a agricultura irrigada tem papel único no aumento da oferta de alimentos e na garantia da segurança alimentar e nutricional da população mundial. De acordo com a Organização das Nações Unidas Para Alimentação e Agricultura (FAO), áreas irrigadas correspondem a menos de 20% da área total cultivada do planeta. Mas, produzem mais de 40% dos alimentos, fibras e culturas bioenergéticas.