Brasil abre 2023 com a exportação de 2,843 milhões de sacas de café

Brasil abre 2023 com a exportação de 2,843 milhões de sacas de café

Dados divulgados pelo CECAFÉ mostram que volume teve queda de 17% em relação ao mesmo período do ano passado

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O relatório estatístico mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) aponta que os embarques de café totalizam 2,843 milhões de sacas de 60 kg em janeiro deste ano.

O volume, antes de mais nada, implica queda de 16,8% na comparação com o primeiro mês de 2022.

Em receita cambial, em síntese, o declínio é de 17,8% em mesmo intervalo comparativo, com as remessas gerando US$ 612,8 milhões.

 De acordo com o Presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, as condições climáticas pesaram nesse recuo.

“Estamos na entressafra, após duas colheitas menores, impactadas por fortes adversidades climáticas nos últimos anos. Há, ainda, certa resistência dos produtores em comercializar seu estoque da safra 2022 nas bases atuais de preço, que caíram significativamente desde outubro, fatos que justificam o recuo observado em janeiro”, afirma.

Ferreira explica, ainda, sobre a queda acentuada das cotações internacionais há quatro meses, prioritariamente, impactando o café arábica.

“Os importadores têm preferido postergar novas compras ou optado por coberturas pontuais no mercado spot lá fora, ficando, apenas para último caso, novas aquisições diante desses diferenciais mais caros”, revela.

Outro fator de impacto nos embarques é a maior demanda das indústrias nacionais, principalmente pelos canéforas.

Principais destinos

Em janeiro de 2023, os Estados Unidos mantiveram o posto de principal comprador dos cafés do Brasil.

E, no período, adquiriram 512.402 sacas, volume 30,7% inferior ao registrado no mesmo período de 2022.

Esse montante, pois, equivale a 18% dos embarques totais brasileiros no mês passado.

A Alemanha, com representatividade de 15,6%, importou 442.430 sacas (-19,5%) e ocupou o segundo lugar no ranking.

Depois, vêm Itália, com a compra de 193.671 sacas (-3,4%); Bélgica, com 175.790 sacas (-50,7%).

Na sequência está o Japão, com a aquisição de 144.649 sacas (-19,7%).

Entre os destaques positivos, aparecem as exportações dos cafés do Brasil para França e Holanda (Países Baixos).

Sétimos entre os principais destinos do produto em janeiro, os franceses adquiriram 91.317 sacas.

O volume representa, desde já, um incremento de 179,6% frente ao volume adquirido no primeiro mês de 2022.

Os holandeses vêm na sequência, elevando suas importações em 33,2%, para 83.189 sacas.

Portos

O complexo marítimo de Santos (SP) foi o principal exportador dos cafés do Brasil em janeiro de 2023.

Enviando, a princípio, uma remessa de 2,275 milhões de sacas ao exterior, o que equivale a 80% do total.

Na sequência, vêm os portos do Rio de Janeiro, que respondem por 16,3% dos embarques. Os dois remeteram 463.910 sacas. E, por fim, vem o porto de Paranaguá (PR), com a exportação de 36.031 sacas e representatividade de 1,3%.

Tipos de café

O café arábica, desde já, foi o mais exportado em janeiro deste ano. Segundo o relatório, foram despachadas 2,432 milhões de sacas ao exterior, o que corresponde a 85,6% do total.

O segmento do solúvel teve 320.287 sacas embarcadas, com representatividade de 11,3%.

Depois, aparece a variedade canéfora (robusta + conilon), com 87.584 sacas (3%) e pelo produto torrado e torrado e moído, com 2.219 sacas (0,1%).

Cafés diferenciados

Os cafés diferenciados, que possuem, sobretudo, qualidade superior ou alguma certificação de práticas sustentáveis, responderam por 19,8% das exportações totais brasileiras. Registrando 563.945 sacas.

Esse montante, pois, representa alta de 0,7% na comparação com as 559.851 sacas embarcadas pelo país no primeiro mês do ano passado.

O preço médio do produto diferenciado ficou em US$ 261,19 por saca.

O que proporciona, especialmente, uma receita de US$ 147,3 milhões em janeiro, o que corresponde a 24% do obtido com os embarques totais.

No comparativo anual, o valor é 10% menor do que o apurado em idêntico período de 2022.

No ranking dos principais destinos dos cafés diferenciados no mês passado, os Estados Unidos estão na ponta, com a importação, portanto, de 139.511 sacas, o equivalente a 24,6% do total desse tipo de produto exportado.

Na sequência, vêm Alemanha, com 109.792 sacas e representatividade de 19,4%; Bélgica, com 58.799 sacas (10,4%); Reino Unido, com 29.371 sacas (5,2%); e Itália, com 27.739 sacas (4,9%).

Ano Safra

No acumulado dos sete primeiros meses da safra 2022/23, os embarques brasileiros de café alcançaram 22,227 milhões de sacas. Números que implicam, afinal, uma queda de 3,8% na comparação com os 23,096 milhões de sacas exportados de julho de 2021 a janeiro de 2022.

Esse volume remetido ao exterior rendeu, por fim, um total de US$ 5,197 bilhões ao Brasil nesse intervalo. O que representa, particularmente, um crescimento de 23% em receita cambial.

“Esse desempenho no faturamento reflete as cotações mais elevadas entre julho e outubro do ano passado, as quais ainda mantém essa alta sobre a temporada cafeeira anterior”, conclui o presidente do Cecafé.

O relatório completo das exportações dos cafés do Brasil está disponível no site do Cecafé: https://www.cecafe.com.br/.


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