Piatã (BA) volta a produzir o melhor café especial do Brasil
Família Rigno de Oliveira é tetracampeã do Cup of Excellence, principal concurso de qualidade para café do mundo
O café especial produzido por Antonio Rigno de Oliveira Filho, na Fazenda Tijuco, em Piatã, Bahia, é o campeão do Cup of Excellence 2022. Ele obteve nota de 91,41 pontos, em uma escala de zero a 100. Este é o principal concurso de qualidade do mundo para o produto. É realizado no Brasil pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e a Alliance for Coffee Excellence (ACE).
Além disso, com o título de melhor café especial do Brasil na safra 2022, a família Rigno de Oliveira se sagra tetracampeã da competição. Já em 2015, o patriarca Antonio Rigno de Oliveira venceu o certame. Bem como, em 2014 e 2009, quem conquistou o título foi o produto cultivado pelo genro Candido Vladimir Ladeia Rosa.
Outros vencedores
Entretanto, a segunda colocação nesta edição ficou com o café produzido por Maridalton Silva Santana, no Sítio Bonilha, também em Piatã (BA), que obteve 90,59 pontos. Em seguida, vêm os frutos cultivados por Afonso Maria Vinhal, na Fazenda Recanto, em Serra do Salitre, na Denominação de Origem Região do Cerrado Mineiro (90,53 pontos); Homero Teixeira de Macedo Junior, na Fazenda Recreio, na Região Vulcânica em Minas Gerais e São Paulo (90,47 pontos); e Pedro Brás, na Casa Brás, em Vargem Bonita (MG), no Sul de Minas (90,41 pontos). Assim, os cinco primeiros colocados, tiveram nota superior a 90 pontos, e consideram-se cafés presidenciais do Cup of Excellence 2022.
No total, o concurso de café especial teve 24 vencedores – amostras que obtiveram nota igual ou superior a 87 pontos na Fase Internacional. Ou seja, estes são oriundos de oito origens produtoras do país: Indicação de Procedência Alta Mogiana (SP); Denominação de Origem Mantiqueira de Minas; Indicação de Procedência Matas de Minas; Denominação de Origem Montanhas do Espírito Santo; além das já citadas Denominação de Origem Região do Cerrado Mineiro; Chapada Diamantina; Região Vulcânica; e Sul de Minas.
Campeões Nacionais
Também foram eleitos nove “Campeões Nacionais”, que receberam notas entre 86,00 e 86,99 pontos na Fase Internacional. Esses cafés são originários da Indicação de Procedência Alta Mogiana (SP), Indicação de Procedência Campo das Vertentes (MG), Denominação de Origem Região do Cerrado Mineiro, Chapada Diamantina, Denominação de Origem Mantiqueira de Minas e Indicação de Procedência Matas de Minas. O resultado completo consta no site da BSCA.
“Mesmo diante de todos os desafios, que vão dos altos custos de produção às adversidades climáticas, os cafeicultores brasileiros seguem dando exemplo de cultivo sustentável e focado em qualidade. O corpo de jurados internacionais pôde reconhecer a excelência dos grãos brasileiros. Inclusive com a apresentação de novos perfis sensoriais”, destaca o diretor executivo da BSCA, Vinicius Estrela.
Próximas etapas
Os 24 vencedores serão leiloados, via internet, no dia 1º de dezembro. No pregão, os principais compradores do mundo disputarão os melhores cafés brasileiros da safra 2022. E os valores alcançados devem ser bem superiores aos do mercado convencional. O preço de abertura de cada lote é de US$ 5,50 por libra-peso. O que equivale a cerca de *R$ 3.900 por saca de 60 kg. O concurso também colocará à venda os Campeões Nacionais. Entre os dias 25 de novembro e 9 de dezembro, ao preço de abertura de US$ 4,50 por lb-peso, ou aproximadamente *R$ 3.200 por saca.
* Dólar comercial cotado a R$ 5,30, conforme fechamento de 26 de outubro de 2022.
Cup of Excellence
Criado no Brasil, em 1999, o Cup of Excellence é o principal concurso de qualidade para cafés especiais do mundo. E integra as ações do projeto setorial “Brazil. The Coffee Nation”, desenvolvido em parceria por BSCA e ApexBrasil. Atualmente, por meio de cooperação entre a Associação e a ACE, realiza-se a competição em diversos países. Ampliando a procura pelos melhores grãos colhidos em cada safra para comercializarem através de leilão internacional. Os preços alcançados nesses pregões vão muito além do mercado convencional. Em 2017, por exemplo, o campeão da competição brasileira alcançou o maior valor pago por uma saca de café no país: R$ 55,5 mil.