Café vicia?
Entenda se o consumo da bebida pode levar à dependência
Quase ninguém dispensa um cafezinho. Disseminado, principalmente, em todo o mundo, o hábito é antigo.
E, nesse sentido, uma lenda milenar diz que, na Etiópia, um pastor notou os efeitos daqueles frutinhos avermelhados sobre as cabras que os mastigavam. Um monge soube da história, fez uma infusão com o fruto e percebeu que, sobretudo, a bebida o deixava acordado por mais tempo. Assim, dos monastérios, a fama energética do café se espalhou pelo mundo.
Além das lendas, o fato é que, em todo o mundo, essa é uma das bebidas mais populares. E no Brasil, o costume é de quatro xícaras de café por dia, aproximadamente.
Mas, será que café vicia? O VivaBem, do Uol, foi em busca de respostas.
Café vicia?
Nesse contexto, não são poucas as pessoas que se orgulham de seu “vício” em café. Mas, será que isso pode causar dependência?
De tão popular, o café é objeto de muitos estudos científicos, entretanto os especialistas garantem: café não vicia!
Em outras palavras, nosso “vício” em café é mais psicológico do que biológico, ou seja, o hábito é determinante para se ter essa sensação.
Portanto, quando nos habituamos a tomar café diariamente, mas se deixamos de consumir a bebida um dia, temos essa sensação de abstinência.
Efeito da cafeína
Um dos benefícios do café é a dose extra de energia que ele proporciona, sobretudo, graças à ação da cafeína, que age em nosso sistema nervoso central.
De antemão, até pequenas doses já causam efeito em nosso comportamento. Além do quê, a cafeína está presente em outras bebidas, como chá preto, refrigerante e, também, o chocolate.
No café, ela representa apenas de 1% a 2,5% dos componentes. Todavia, 7 a 10% são ácidos clorogênicos, responsáveis pela atividade antioxidante da bebida.
Há, ainda, a niacina, que é uma vitamina do complexo B formada pela degradação de um composto naturalmente presente no grão.
Desse modo, o consumo regular do café pode aumentar a vivacidade e a performance, devido a sua rápida absorção pelo organismo.
Contudo, pode causar dependência psicológica moderada. E mesmo que esses efeitos pareçam com os de outras drogas, estudos mostraram que a cafeína não está ligada ao circuito de dependência do cérebro. Ou seja, não preenche os critérios para ser descrita como uma droga viciante.
Efeitos diferentes em cada pessoa
Além disso, os efeitos não são iguais em todas as pessoas. Afinal, há quem não consiga dormir após uma xícara de café, já outros consomem a bebida à noite, assim, dormem tranquilamente.
Nesse sentido, para causar dependência, seria preciso consumir a cafeína em doses muito acima do que normalmente somos capazes de tomar por dia.
De acordo com especialistas, o consumo diário recomendado deve ficar entre 400 ml e 500 ml, ou quatro xícaras de 150 ml.
E estudos recentes sugerem que o consumo diário de até seis xícaras de café pode prevenir o surgimento de diabetes tipo 2, devido à ação dos ácidos clorogênicos e outros nutrientes que, por fim, reduzem a absorção de glicose.