Cientistas brasileiros participam de pesquisa sobre café arábica

Cientistas brasileiros participam de pesquisa sobre café arábica

Estudiosos da Embrapa Café e outras instituições do país estão envolvidos no sequenciamento do genoma do grão

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Pesquisadores de 16 países, dentre eles o Brasil, realizaram o sequenciamento do genoma referência do café arábica. Isto é, a mais consumida em todo o mundo. De antemão, três cientistas são da Embrapa Café e outros oito de instituições que compõem o Consórcio Pesquisa Café. Da qual a Embrapa é coordenadora.

Assim, um artigo científico publicado no neste mês de abril na Nature Genetics, revista científica de alto impacto, apresenta informações inéditas em relação ao genoma. E, ainda, à genômica populacional dessa espécie. Que revelam, inclusive, a história de diversificação das cultivares plantadas atualmente.

Café arábica

Primordialmente, o pesquisador da Embrapa Café, Alan Andrade, explica que o grupo de cientistas realizou um mapeamento genético estrutural completo do Coffea arabica. Isso com a mais alta qualidade até hoje alcançada.

“Com isso, chegamos ao que chamamos de genoma de referência. Em 2004, fomos pioneiros aqui no Brasil no sequenciamento funcional do genoma da espécie arábica. Agora, com o estrutural, passamos a conhecer a ordem dos genes dentro das sequências de DNA e das regiões intergênicas que compõem o genoma. O que não é possível ver no sequenciamento funcional”, explica.

Nesse sentido, ficou mais fácil identificar genes que conferem às plantas características específicas. Tais como resistência a doenças e seca ou tamanho da cereja do café. Assim como aroma e sabor.

Avanços

Em suma, o pesquisador Luiz Filipe Pereira, também da Embrapa Café, adianta que avanços importantes já estão sendo alcançados a partir dos resultados obtidos.

“Como estamos imersos há anos nesse trabalho, estamos desenvolvendo diversas pesquisas com foco na cafeicultura brasileira utilizando os dados desse estudo”, adianta.

Inclusive, ele explicou que o genoma detalhado permite identificar variações genéticas de bases de DNA associadas a características fenotípicas. Como, por exemplo, a resistência a doenças.

“Dessa forma, através da análise do DNA das plantas, conseguimos rapidamente selecionar as que possuem resistência. Acelerando, pois, o melhoramento”, detalhou Pereira.


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