Até 2027, Nestlé deve investir R$40 mi para ampliar cafeicultura regenerativa no Brasil
Entre outras coisas, investimentos buscam multiplicar iniciativas para redução de emissões de gases na atmosfera, fortalecendo boas práticas da companhia
A Nestlé irá investir R$ 40 milhões nos próximos quatro anos para ampliar a cafeicultura regenerativa no Brasil. O objetivo é reduzir as emissões de gases considerando, pois, que 70% da “pegada de carbono” está na produção de ingredientes como o café, por exemplo.
A informação foi dada, inicialmente, por uma executiva da empresa suíça à Reuters. E, posteriormente, divulgada no Infomoney.
Cafeicultura regenerativa
Os investimentos da marca de alimentos serão aplicados, a princípio, em programas para a redução do uso de insumos químicos nas lavouras. Além do pagamento de bonificações aos produtores mais “regenerativos”. Como forma, evidentemente, de estimular as iniciativas já em desenvolvimento pela companhia.
Um dos exemplos é a marca Nescafé Origens do Brasil. Que neste ano obteve certificado de neutralidade em carbono. Um feito inédito no país para cafés solúvel e para coar.
Assim, o consumo de café carbono neutro poderia, em uma estimativa anual, evitar emissões de 142 kg de CO2. Tendo por base, portanto, um consumidor que consome três xícaras de café diariamente, afirmou a head de ESG para Cafés e Bebidas da Nestlé Brasil, Taissara Martins.
“Uma árvore da Mata Atlântica sequestra 8,3 kg de CO2, então se juntar as coisas, se você escolhe um café carbono neutro, é como se você estivesse fazendo o mesmo trabalho de 17 árvores nativas”, exemplificou Martins.
Os produtores participantes do programa da Nestlé, terceira maior compradora de café no Brasil, não têm, em síntese, obrigação de exclusividade no fornecimento para a companhia. Dessa forma, ela espera que o setor e consumidores sejam beneficiados pela cafeicultura regenerativa ao longo dos próximos anos.
Café do Brasil
Atualmente, 35 famílias de produtores brasileiros fornecem grãos de café 100% arábica para a linha Nescafé Origens do Brasil. E, assim, adotam o sistema agrícola regenerativo.
Contudo, o plano é expandir o programa no maior produtor global de café, até se alcançar 100% das 1.500 fazendas com as quais a Nestlé trabalha no Brasil, como informa o Infomoney. Tendo em vista, logo, os compromissos da companhia para ser zero carbono até 2050.
“O compromisso global é que 30% das fazendas sejam 100% regenerativas até 2025. No Brasil estamos adiantados. A nossa ambição é que entreguemos mais do que o objetivo global, até 2025 adoraríamos ultrapassar a meta dos 30%”, disse a executiva.
Em cafés, evidentemente, 19% das fazendas com as quais a Nestlé trabalha já atuam no mais alto grau do sistema regenerativo. Que, em conclusão, lhes permite ser “net zero” ou negativas em emissões.