CNA lança comissão nacional de mulheres do agro 

CNA lança comissão nacional de mulheres do agro 

Objetivo é reforçar a presença feminina em atividades sindicais, que ainda são tímidas em todo o país

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Pensando em ampliar a participação feminina no sistema sindical, recentemente, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) criou a Comissão Nacional de Mulheres do Agro. As informações são da Forbes.

O lançamento, primeiramente, ocorreu no Encontro Nacional do Agro, em Brasília, que reuniu produtores, lideranças rurais, representantes das Federações estaduais, sindicatos e associações do setor.

De acordo com a coordenadora do Grupo de Trabalho das Mulheres do Agro da CNA, Cecília Naves, a ideia da comissão surgiu da necessidade de realizar ações específicas para esse público. Bem como, para desenvolver a liderança feminina no setor agropecuário.

Mapa do campo

Nesse meio tempo, em 2021, a plataforma de comunicação DBO, especializada em pecuária de corte e destinada a produtores de gado, realizou um levantamento inédito sobre mulheres sindicalistas, com base nos dados da CNA.

O trabalho da DBO identificou, dessa forma, apenas 89 mulheres presidentes de sindicatos rurais, o que correspondia, apenas, a 4,85% do total de 1.941 sindicatos com titulares listados na CNA.

E a avaliação mostrou que, definitivamente, não há mulheres presidindo nem mesmo os organismos estaduais, que reúnem os sindicatos federativos.

Setor predominantemente masculino

A CNA sabe que o ambiente sindical reflete o campo. E desse modo, embora a presença das mulheres tenha crescido na última década, ela ainda é pequena pelo limitado poder de decisão.

O dado mais recente sobre a presença das mulheres no campo é o do Censo Agropecuário de 2017, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Todavia, o levantamento mostrou que em um universo de 5,07 milhões de estabelecimentos rurais, 81,3% eram geridos apenas por homens (4,11 milhões).

Assim, a presença de mulheres com alguma função de gestão do negócio foi verificada em apenas 18,7% das propriedades. Percentual que corresponde, apenas, a 946 mil propriedades. Por isso, políticas inclusivas se fazem necessárias.

Atualmente, a CNA possui 18 comissões temáticas, entre elas de flores, hortaliças, grãos, pecuária, café, cana-de-açúcar, empreendedorismo, entre outras.

Nesse contexto, a comissão feminina terá uma presidente, e até duas vice-presidentes, sendo que a composição será feita com integrantes das Federações de Agricultura e Pecuária dos Estados, de entidades civis e de assessoras técnicas.

Comissão consultiva

Igualmente, a comissão nacional de mulheres do agro vai contar com um conselho consultivo formado por cinco mulheres que atuam em diferentes áreas de conhecimento.

Por fim, o grupo vai realizar diagnósticos, apoiar e auxiliar a implantação de comissões estaduais. Além de realizar encontros nacionais para fortalecimento das lideranças femininas e representar o CNA em fóruns e eventos.


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