Durante ENCAFÉ, Ricardo Amorim apresenta cenário político brasileiro

Durante ENCAFÉ, Ricardo Amorim apresenta cenário político brasileiro

Economista abordou os possíveis cenários futuros

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O economista Ricardo Amorim estreou a série de palestras do 28º Encontro Nacional do Café (ENCAFÉ) realizado, desde já, no Rio de Janeiro em novembro. Desse modo, conforme o Centro do Comércio de Café do Estado de Minas, o especialista falou sobre “Cenário Político, Econômico e Perspectivas”, abordando possíveis cenários para o futuro.

Cenário político brasileiro

Para os presentes, especialmente, Amorim afirmou existir motivos para cautela e, também, para otimismo com o Brasil.

Dessa forma, ele destacou que apesar do difícil cenário nacional e internacional, existem situações que podem ser grandes possibilidades.

E citou a China que, por exemplo, vive uma onda de restrições à COVID-19. Por lá, inclusive, seguem em vigor as limitações que impactam, sobretudo, nas relações comerciais.

Isso, especificamente, poderia abrir uma oportunidade futura, como ele explica: “Não dá para manter lockdown para sempre. Quando esta medida for suspensa, o mercado chinês irá precisar de produtos”.

É essa necessidade que, atualmente, está valorizando a moeda brasileira. E de acordo com o palestrante, há um novo momento de apreciação de commodities.

Guerra

Nesse contexto, outro fator comentado foi a Guerra da Ucrânia, responsável por ressuscitar a discussão sobre a importância da geopolítica nos negócios.

Isso mostra, primordialmente, sobre a necessidade de termos uma nova visão: “Não dá para pensar somente em cadeia de produção. Mas, sim, em teia de produção, onde as alternativas estão sempre presentes”.

Por outro lado, focando no cenário nacional, Amorim apontou que o principal obstáculo no momento é a inflação.

Contudo, pela primeira vez, o Brasil está adiantado no tema, pois os índices inflacionários estão caindo e, no momento, estão ente os menores do mundo.

Além do quê, o investimento estrangeiro segue forte no país: “Mesmo em uma eleição difícil e polarizada como a deste ano, o Brasil foi o terceiro país que mais recebeu investimento estrangeiro”.

Nas preocupações, sobretudo, ele cita os gastos estatais e a importância do equilíbrio fiscal: “Ainda temos problemas com alocação de recursos e de má qualidade de gastos”.

Café com valor agregado

Focando no cenário cafeeiro, o economista reforçou um ponto citado por Pavel Cardoso, Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), em seu discurso de abertura.

Na ocasião, Pavel relacionava a necessidade de explorar o café como produto de valor agregado e, não somente como matéria-prima.

Assim, um dos obstáculos para a questão é a alta carga de impostos: “O Brasil é o maior produtor de grãos do mundo, mas importa cápsulas de café”.

De acordo com ele, não produzimos esse produto aqui pois os impostos aumentam em 97 vezes o valor final da mercadoria.

E o economista reitera: “Assim, somos incentivados a ser um produtor-exportador de um lado, mas não do outro”.

Imagem no exterior

Amorim comentou, ainda, sobre a importância de aprimorarmos a imagem do café brasileiro no exterior, citando o exemplo da Colômbia.

“Nos Estados Unidos, o café é mais associado à Colômbia, e isso se deu por conta de um forte trabalho de comunicação da marca”, disse.

O Juan Valdez é presença garantida por lá. Valdez, antes de tudo, é um personagem fictício que aparece em anúncios da Federação Nacional de Cafeteiros da Colômbia desde 1958, representando um cafeicultor colombiano.

É usado, afinal, como uma marca de ingrediente, para denotar grãos de café cultivados e colhidos apenas na Colômbia.

Em conclusão, o palestrante encerrou a apresentação destacando o grande sucesso da indústria cafeeira em mais de 100 anos de existência.

Ele citou, por fim, o setor como um gigantesco sucesso e lembrou do importante papel social que a bebida exerce.

“Hoje em dia, não falamos ‘vamos marcar uma reunião’, mas, sim, ‘vamos tomar um café?’. A experiência do café é feita disso, desse poder relacional que ele exerce”, concluiu.


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