El Niño no horizonte: confira riscos para o café na América Central

El Niño no horizonte: confira riscos para o café na América Central

Análise é da hEDGEpoint Global Markets, empresa especializada em inteligência de mercado e hedge para a cadeia de valor global de commodities

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Os preços do café seguem acompanhando os indicadores técnicos e macroeconômicos. Nesta semana, é importante destacar a média móvel simples de 200 dias como nova resistência. Em relação ao macro, o DXY está buscando o nível de 105, seguindo os dados de consumo dos EUA que se recuperaram fortemente em janeiro. Bem como derrubando o real no caminho e afetando, consequentemente, o café.

Sobre os fundamentos, uma das principais preocupações para 2023 está relacionada ao clima. Em março, espera-se que o status do ENSO mude para um cenário neutro negativo. Avançando, pois, para neutro positivo no 2T e possivelmente entrando em um estágio de El Niño ainda no 2T. No médio prazo, um El Niño ativo pode diminuir a probabilidade de geadas no Brasil.

El Niño

O fenômeno também preocupa em relação à produção de café na América Central. No geral, as temperaturas tendem a ser mais altas do que a média durante os meses de florada e desenvolvimento dos frutos. E a precipitação tende a ser abaixo da média, especialmente no trimestre de junho a agosto. Tomando como exemplo Honduras e comparando anos semelhantes que foram neutro-positivos ou ativamente afetados pelo El Niño, os níveis de chuva em julho e agosto tendem a ser preocupantes.

Ainda usando como proxy o principal produtor da América Central, temos dois ciclos em que o desenvolvimento foi diretamente afetado por um El Niño ativo: 02/03 e 15/16. No primeiro, a produção caiu 11%. No último, aumentou 13%. Mas, a empresa destaca que a região estava se recuperando da ferrugem do café, inflando as taxas de crescimento a/a de 13/14 a 16/17.

 No entanto, a região também teve seus principais estágios de desenvolvimento afetados por um status neutro-positivo, quando há um “aviso” ou “alerta” de que o fenômeno provavelmente se tornará ativo. Na média, considerando todos os anos-safra afetados pelo El Niño ou status neutro-positivo, a produção do país caiu 3%.

Risco

O risco reside principalmente no fato de que a florada pode acontecer conforme o esperado, mas as chuvas que deveriam ocorrer durante o enchimento dos frutos acabam vindo abaixo do normal. Isso pode levar a cerejas menores e, consequentemente, rendimentos mais baixos.

Por fim, para simular o possível impacto que o El Niño pode ter no próximo ciclo, consideramos o impacto médio histórico do fenômeno, usando Honduras como proxy da América Central. Isso poderia significar, pois, um impacto de -833 mil sacas no ciclo 23/24, o que efetivamente colocaria o balanço de O&D global em déficit (Figura #5), indo de +0,6M para -0,2M scs neste exercício.

Confira aqui o relatório completo.