Em Minas Gerais, contratação de crédito rural cresce 45%

Em Minas Gerais, contratação de crédito rural cresce 45%

Em julho, primeiro mês da temporada, desembolsos no Estado cresceram 45% frente igual período de 2021/22 puxados pela linha de custeio

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Em julho, a contratação de crédito rural ficou 45% maior que a registrada em igual mês da safra anterior, em Minas Gerais.

Reportagem do Diário do Comércio apresentou o dado e afirmou que com uma tendência de novo aumento da produção na safra 2022/23 e os produtores se preparando para o plantio na temporada, a demanda pelos recursos do crédito agrícola, no primeiro mês da safra, manteve-se positiva no estado mineiro. 

A matéria traz que, de acordo com os dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), foram desembolsados para o Estado R$ 3,66 bilhões. Dentre as linhas, a de custeio concentrou a maior parte dos recursos, novamente. A elevação somente nela mais que dobrou, foi de 109%, e o desembolso alcançou R$ 3,03 bilhões.

Plano Safra

O Plano Safra 2022/2023 conta com R$ 340,9 bilhões em recursos para apoiar a produção agropecuária nacional até junho do próximo ano. Desse total, R$ 246,3 bilhões são destinados ao custeio e comercialização. Outros R$ 94,6 bilhões são para investimentos.

De acordo com o Diário do Comércio, ao todo, em Minas Gerais, 13.934 contratos aprovados em julho, queda de 22% frente aos 17.844 registrados em igual mês de 2021. Com o valor de R$ 3,66 bilhões já liberados, o Estado respondeu por 11% do total desembolsado para a agricultura e a pecuária do Brasil, recursos que estão na ordem de R$ 33,02 bilhões (27% a mais).

Para a agricultura, em Minas Gerais, foram destinados no primeiro mês da safra R$ 2,47 bilhões, variação positiva de 50% quando comparada com o R$ 1,65 bilhão registrado em igual período da safra anterior. O número de contratos aprovados recuou 5%, somando 6.351 unidades.

Na pecuária foi observado aumento de 35% na demanda pelo crédito rural, que somou R$ 1,19 bilhão em julho. A aprovação de contratos chegou a 7.583, queda de 32%.

Linhas de crédito

Dentre as linhas que compõem o crédito rural, o maior volume é desembolsado para a de custeio, que utiliza-se para cobrir as despesas normais dos ciclos produtivos.

Em julho, liberou-se para o Estado R$ 3,03 bilhões, aumento de 109%.  A aprovação de contratos cresceu 9% e encerrou o primeiro mês da safra em 7.131 unidades.

Para o custeio da agricultura, os desembolsos somaram R$ 2,04 bilhões e ficaram 121% maiores que os R$ 920 milhões registrados anteriormente. Aprovaram-se 3.767 contratos, 10% superior.

Demanda das culturas

Em julho de 2022, a cultura agrícola que demandou maior volume de crédito para custeio foi a soja, com desembolsos de R$ 933,94 milhões. No mesmo mês do ano passado, a cultura havia demandado R$ 303,04 milhões, representando uma alta de 208%.

Na sequência, veio a demanda da produção de café, que chegou a R$ 738,6 milhões. Para a produção de milho, já liberaram R$ 158 milhões, para a cana-de-açúcar, R$ 51,6 milhões, e a batata-inglesa teve a liberação de R$ 26,95 milhões.

Na pecuária os recursos de custeio já aprovados somaram R$ 990 milhões, aumento de 88% quando comparado com o valor de R$ 520 milhões liberado no primeiro mês da safra 2021/22. No período, aprovaram-se 3.364 contratos, variação positiva de 7%.

A maior parte do recurso, em julho, destinou-se para o custeio da produção de bovinos, com desembolsos somando R$ 841 milhões. Para os suínos a liberação foi de R$ 76,78 milhões, a avicultura, R$ 53,66 milhões, e a piscicultura fechou com R$ 10,4 milhões. 

Atraso afeta investimentos

Já as linhas de investimentos e comercialização apresentaram queda na demanda, de acordo com a reportagem do Diário do Comércio. A modalidade de investimento teve retração nos desembolsos de 29%, com o valor somando R$ 490 milhões liberados. Ao todo, foram aprovados 6.705 contratos, 40% a menos.

Além disso, a maior parte dos recursos para investimentos destinou-se à agricultura. Ou seja, são R$ 300 milhões desembolsados, valor 17% inferior ao registrado em julho de 2021. No período, a aprovação de contratos caiu 20%, encerrando em 2.510.

Na pecuária, a redução dos recursos de investimentos foi da ordem de 42%, com a liberação de R$ 190 milhões em crédito. A aprovação de contratos caiu 47%, somando 4.195 unidades.

Comportamento atípico

De acordo com a Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o comportamento das contratações de crédito de investimento no primeiro mês do ano agrícola 2022/23 foi atípico. Isso devido a decorrência da liberação dessas operações, realizadas com recursos equalizáveis, ter ocorrido somente a partir do dia 19 de julho, quando publicou-se a Portaria ME Nº 6.454. Esta, por sua vez, autorizou o pagamento de equalização de taxas de juros.

“Dessa forma, houve atraso na realização de contratações de financiamento, sobretudo, de investimentos, tendo ocorrido operações que ainda não foram divulgadas pelo Banco Central (BCB). A SPA considera que as contratações de investimentos tendem a se intensificar a partir deste mês de agosto”, informou a SPA.

Assim, os desembolsos da linha de comercialização ficaram 77% menores. O valor liberado para a linha em Minas Gerais somou R$ 60 milhões em julho. Ao todo, foram aprovados 90 contratos, queda de 36%.

Por fim, para a agricultura, o crédito da linha de comercialização alcançou R$ 50 milhões em desembolsos, variação negativa de 78%. Já para a pecuária, o montante liberado, R$ 10 milhões, ficou 48% inferior.


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