Fertilizantes seguem recuando no Brasil e favorecendo relações de troca para o produtor
Na comparação, produtor brasileiro gasta menos com fertilizantes do que o americano
O mercado de fertilizantes continua chamando atenção. Recentemente, a Rússia divulgou que deverá taxar a exportação de fertilizantes em 23,5% e, para isso, deu algumas diretrizes.
Isso deve mexer com o mercado e, num segundo momento, impactar, de alguma forma, o Brasil. Nesse sentido, o analista de Fertilizantes da Green Vest commodities, Jefferson Souza, concedeu entrevista sobre o tema no portal Notícias Agrícolas.
Fertilizantes seguem recuando
De acordo com o analista, a notícia sobre a taxação russa não pegou o mercado de surpresa, pois desde junho se desenhava um cenário de maior controle das exportações.
Isso acontece, sobretudo, devido à necessidade de aumentar o fluxo em caixa. “A Rússia precisa aumentar a sua arrecadação e, obviamente, o mercado é gigantesco por lá”, disse ao NA.
Souza cita, ainda, alguns pontos importantes dessa relação comercial. “Precisamos ter uma resposta do governo em relação a isso, um ofício que explique essas diretrizes. O segundo ponto é que a Rússia depende das exportações, pois da produção total do país apenas 12,3% ficam no mercado interno. E, por último, a margem das companhias russas está melhor do que de outros países, pois os custos são menores”, explica.
Expectativas
Diante desse anúncio, que afeta economias pelo mundo todo, o analista pressupõe que haja uma redução nos lucros dessas empresas. Mas, num primeiro momento, o Brasil não deve ser afetado.
“Por enquanto os preços estão caindo aqui e devem cair ainda mais. No entanto, em 2023 poderemos pensar em colocar em xeque essa oferta de fertilizantes”, afirmou na entrevista.
Souza acrescenta que, recentemente, a competitividade também se acirrou. “Pelo que estou acompanhando as empresas mais competitivas conseguem operar com a Rússia. Temos, por exemplo, os fosfatados caminhando para uma estabilidade e a ureia e nitrogenados como um todo, mais voláteis e com quedas acentuadas nos últimos 60 dias”, pontua ele.
Essa condição pode ter relação direta com a Europa e as relações de mercado, e pode significar, em suma, um reforço da competitividade devido à queda no custo de produção, elevando a rentabilidade do produtor.