Marketing e o futuro do uso da cafeína encerram programação do Seminário Internacional do Café

Marketing e o futuro do uso da cafeína encerram programação do Seminário Internacional do Café

Evento aconteceu de 21 a 23 de maio, em Santos, reunindo cadeia cafeeira de diversos países para discutir assuntos do setor

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No último período de palestras, o XXIV Seminário Internacional do Café – Santos Brasil 2024 debateu temas sobre marketing e o futuro do uso da cafeína.

Primeiramente, Hugo Rodrigues, presidente McCann Worldgroup, abordou o tema “Marketing – A Força do Café Brasileiro e a Marca ‘Cafés do Brasil’”. Ele enalteceu a importância do grão do país em se estabelecer como marca diante dos consumidores, especialmente os da nova geração.

Marketing

“A força do café brasileiro é real, mas será que isso é uma marca realmente? Está marcado para todo mundo ou apenas para nós que vivemos dentro do nosso ecossistema? Por que não nos estabelecemos como marca? Quando falamos de agro, vemos tudo, mas não o café”, refletiu o palestrante.

Em seguida, Rodrigues ainda pontuou que o país não vibra com o mercado agro, apesar de ser bom em café. Também falou sobre a polemização.

“Todo mundo hoje faz polêmica para tudo. No mercado de café, diante de tanta incerteza e polêmica, a única certeza que o agro tem é a demanda crescente para as próximas décadas. É preciso vender isso para o consumidor”, afirmou.

Novos consumidores

Em sua palestra, Hugo Rodrigues disse que é preciso ‘glamourizar’ o mercado de café

De antemão, o palestrante também apontou que é sempre necessário se reinventar. “Estamos em um ritmo muito acelerado e, se pegarmos a multidão de novos consumidores, eles são instantâneos, sem paciência. É preciso ficar atento a oportunidades, ficarmos espertos. O cafezinho entra em oportunidades do mundo da tecnologia. O poder da mídia é imenso. Se não colocarmos a força do café nessa conversa de tecnologia, vamos perder o bonde”, avaliou.

Inclusive, em sua palestra, Rodrigues disse que é preciso ‘glamourizar’ o mercado de café. “Como transformar o assunto no cotidiano. É possível? Quando pensar em grão, a pessoa tem que pensar no café do Brasil. Temos que mirar nisso: como colocar o café como sinônimo de café brasileiro e levar isso para o consumidor comum. Temos que falar com uma nova geração, reposicionar o nosso café”, finaliza.

Futuro do uso da cafeína

Acima de tudo, a última palestra do Seminário debateu sobre “Demanda: o futuro do uso da cafeína como bebida e outras maneiras de consumo”. Participaram Cyrille Jannet, diretor geral na Keurig Trading; Francisco E. Gómez, presidente Colcafé S.A.S. Além de Carlos Santana Jr., diretor comercial da EISA – Empresa Interagricola S/A; e Pavel Cardoso, presidente da ABIC.

Antes de mais nada, Cyrille Jannet falou sobre as inovações da empresa Keurig. Dentre elas, o resultado de uma pesquisa feita durante três anos. E que apresenta ao consumidor café em cápsula (filtrado, bebida fria e espresso) sem embalagem de plástico ou de alumínio.

“É preciso levar experiência das cafeterias para dentro de casa”, disse.

Por outro lado, Francisco E. Gómez declarou que as bebidas quentes devem apresentar crescimento em vendas até 2028. Assim, havendo necessidade de assegurar ao consumidor sempre os melhores produtos.

Hábitos e consumo

Sobretudo, Gómez apresentou que cada país tem suas preferências em hábitos e consumo. Como Brasil e Argentina, por exemplo, que preferem torrados e moídos. Outros, já gostam mais de solúvel. De antemão, o palestrante mencionou o café premium como um produto que vem ganhando a atenção dos consumidores, inclusive os colombianos.

“É preciso trazer ao consumidor experiências competitivas dentro e fora de casa. Há uma tendência de que as pessoas querem produtos mais naturais, com menos açúcar e maior personalização”, sinalizou.

Por fim, Pavel Cardoso apresentou uma visão do consumo de café no Brasil, segundo levantamento da ABIC. Em suma, o país é o segundo maior consumidor de café do mundo, ficando apenas 5,2 milhões de sacas do primeiro, os Estados Unidos.

Em conclusão, a pesquisa ainda mostrou crescimento de 7,47% no consumo per capita em relação ao ano anterior. “O café está presente em 98% dos lares brasileiros e, para nós, o café é mais que uma xícara, é especialmente prazer e emoção”, finalizou.

Crédito fotos: José Luiz Borges


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