O café como expressão cultural no mundo

O café como expressão cultural no mundo

Importante para a economia, o produto tem séculos de história; conheça curiosidades do grão em cinco países neste Dia Internacional do Café

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Não é segredo para ninguém que o café tem extrema importância na economia mundial. De acordo com Sindicato da Indústria de Café do Estado de Minas Gerais (SindiCafé-MG), é um dos produtos primários mais valiosos comercializados no mundo. Primordialmente, o grão é superado em valor somente para o petróleo. Inclusive, do seu cultivo até sua venda, milhões de postos de trabalho dependem do cafezinho. Entretanto, muito além de sua relevância econômica, a bebida é também uma expressão cultural em diversos países.

Para celebrar o Dia Internacional do Café, comemorado em 1º de outubro, o Hub do Café traz um pouco da história do produto em cinco nações.

Dia Internacional do Café

Antes de mais nada, a Organização Internacional do Café (ICO, na sigla em inglês) definiu a data e começou a festejá-la em 2015. O objetivo, portanto, é comemorar a diversidade, qualidade e a paixão que existem no setor cafeeiro. 

A seguir, confira algumas curiosidades sobre o grão em alguns países.

1) Etiópia

Tradicional café etíope; país africano é o berço do grão

A história do café começa na Província de Kaffa, na Etiópia. De antemão, uma lenda famosa indica que o país africano é o berço do café. Segundo essa história, datada por volta de 850 d.C., um pastor etíope teria percebido que suas cabras ficavam agitadas após comeram uns grãos vermelhos.

Portanto, a partir daí, os nativos passaram a usar o fruto do cafeeiro. Eles se alimentavam de sua polpa doce, que era macerada ou, então, misturada em banha nas refeições, conforme destaca o portal AgroSaber. Ademais, as folhas eram mastigadas e usadas para preparar chá.

Entretanto, foram os árabes que aperfeiçoaram as técnicas de cultivo da planta e da preparação do café. Já os europeus passaram a consumir a bebida a partir do século 17. O mercado se expandiu até chegar aos Estados Unidos e, depois, aos países da América do Sul no século 19.

Além disso, a Etiópia tem um ritual próprio para a preparação do café. Depois de selecionar, lavar, torrar e moar os grãos com processos ancestrais, eles consomem a bebida com manteiga e sal. Diferente e curioso, né?

Por fim, o país africano cultiva o café arábica Heirloom. De acordo com o blog Consciência Café, o fruto possui cepas que evoluíram ao longo dos séculos sem intervenção humana. Ou seja, de forma natural.

2) Itália

Os italianos gostam de consumir café em pequenas xícaras de cerâmica

Em primeiro lugar, criaram o famoso café espresso na Itália. Nesse sentido, o produto é prensado em máquinas de café, sob alta pressão, para ter um sabor concentrado. Inclusive, o blog Descobrindo a Sicília aponta que mais de 70 milhões de xícaras de café espresso são bebidas todos os dias nos cafés italianos.

Ademais, o país europeu é o responsável por um utensílio importante para a bebida no mundo: a Moka, também chamada de cafeteira italiana. Portanto, os nativos preferem um cafezinho curto, forte e intenso. Primordialmente, servido em xícaras pequenas de cerâmica.

Em suma, a Itália também é precursora do cappuccino. O clássico italiano é originalmente feito com espresso, leite e, ainda, leite vaporizado. Que garante a cremosidade da bebida. Também é muito servido no país europeu o espresso romano, que consiste em um cafezinho com uma pequena fatia de limão.

3) Colômbia

Plantação de café na Colômbia

Acima de tudo, os cafés colombianos fazem muito sucesso ao redor do mundo. Os grãos, pois, são considerados premium e garantem bebidas equilibradas e suaves. E, ainda, o país sul-americano é um dos grandes produtores mundiais do produto.

Os colombianos adoram o tradicional cortado. É um cafezinho preparado com água de panela. Além disso, eles não dispensam o chaqueta, que consiste em uma mistura de leite morno com café preto.

Ainda assim, chamam de tinto ou de tintico o clássico café preto.

Segundo o blog Ucoffe, uma lenda colombiana aponta que missionários jesuítas levaram o café para o país em meados de 1700. Entretanto, os dados históricos mostram que a produção e a comercialização das primeiras sacas da Colômbia para o exterior tiveram início em 1835.

Por outro lado, o país latino-americano é uma região geográfica repleta de microclimas. Por isso, dá origem a cafés arábica de variedades e de terroir diversificados. Dessa forma, gera bebidas de sabores bem variados, sendo uma expressão cultural também em terras colombianas.

4) Suécia

Na Suécia, a pausa ao longo do dia para se reunir com amigos para tomar café tem o nome de Fika

A princípio, a Suécia é um dos países com mais consumo de café no mundo, segundo a Organização Internacional de Café. Inclusive, o hábito de tomar um cafezinho tem até um nome por lá: Fika.

Em síntese, o termo define a pausa ou o intervalo, ao longo do dia, que os suecos aproveitam para degustar a bebida, comer um bolinho e socializar com os amigos. Desse modo, é semelhante ao chá da tarde inglês.

Nesse sentido, o site Visit Sweden informa que há empresas no país escandinavo que incluem no contrato de trabalho o direito ao Fika.

5) Turquia

O café turco é mais encorpado e é feito com moagem ultrafina, sem filtrar a bebida

Definitivamente, o café tem papel fundamental na cultura social turca. De acordo com o blog Grão Gourmet, introduziram o produto no país durante o sultanato de Kanuni, o Legislador, em 1543. Isso na cidade de Constantinopla, atual Istambul.

Assim, durante o mandato de Ozdemir Pacha como governador otomano do Iêmen, ele tomou gosto pelo cafezinho e a apresentou ao sultão.

Dessa forma, o hábito de tomar um cafezinho se espalhou rapidamente pela corte. E apreciaram tanto que se tornou a bebida de predileção do palácio imperial.

Na Turquia, o café é, principalmente, cheio de sabor e é bem encorpado. O blog Mlle Rebelle aponta que, no país, moem os grãos finamente e fervem o pó em um recipiente chamado cezve. Devido à moagem ultrafina, não filtram o café.

Ao mesmo tempo, existe uma tradição turca de “ler” a borra de café que resta no fundo da xícara. Seguindo essa lenda, é possível ler a vida de uma pessoa e prever o futuro dela através dessa borra.

Expressão cultural

Viu só como o café é, de fato, uma expressão cultural no mundo? Primordialmente, a Organização Internacional do Café avisa que o produto tem importância crucial para as economias e políticas de muitos países em desenvolvimento.

Constantemente, negociam o café nas principais bolsas de futuros e mercadorias do mundo. Como nas bolsas de Londres e Nova Iorque.

Portanto, aproveite o Dia Internacional do Café e degusta a bebida da forma que você mais gostar!