Plataforma aproxima produtores rurais do mercado de carbono
Agricultores podem compensar emissão de gases de efeito estufa por meio da compra de créditos de carbono em ambiente virtual
O mercado de carbono, método para compensar as emissões de gases que aquecem o planeta, ganha espaço na agricultura brasileira. Por isso, novas plataformas atuam para aproximar, cada vez mais, os produtores rurais das negociações de créditos de carbono.
Um dos exemplos é a plataforma Moss. Trata-se de um espaço virtual que oferece compensação na emissão de gases de efeito estufa por meio de projetos de preservação na Amazônia.
Em reportagem publicada pela Revista Globo Rural, executivos da plataforma explicam que a negociação dos créditos tem efeito direto na manutenção de áreas de manejo sustentável na Amazônia e, consequentemente, na preservação da floresta.
Como funciona
Mas, gerar esses créditos não é tarefa fácil. Isto porque exige que a propriedade tenha uma série de procedimentos, como manejo florestal sustentável, georreferenciamento e grandes áreas de florestas. Em geral propriedades acima de 10 mil hectares.
O projeto Fazenda Ituxi é um dos exemplos de como ocorre essa geração de créditos. Foi criada em 2013, em uma área de aproximadamente 50 mil hectares de floresta de manejo sustentável. A iniciativa tem uma área de conservação de cerca de 150 mil hectares no município de Lábrea, no sul do Amazonas.
Assim, os produtores rurais podem, por meio da plataforma virtual, fazer a compra de créditos de carbono que beneficiam projetos importantes, como a Fazenda Fortaleza Ituxi.
Os créditos de carbono são certificados digitais que representam o quanto de dióxido de carbono (CO2) uma empresa ou alguém deixou de lançar na atmosfera ou o quanto de sua emissão foi evitada por meio de projetos ambientais.
Desta forma, o produtor pode compensar as emissões de gases de efeito estufa de sua lavoura, por exemplo, tornando a produção mais sustentável.
Token de carbono
Segundo explica a reportagem da Globo Rural, em 2020, a Moss usou a tecnologia blockchain para criar o MCO2. É o primeiro token lastreado em crédito de carbono, operação inédita de compensação de carbono. Assim, a novidade passou a permitir que o certificado digital transacione na rede blockchain por empresas comprometidas com o meio ambiente, e, também, por pessoas físicas.
A general manager da empresa, Fernanda Castilho, explicou em entrevista à Globo Rural que o MCO2 Token é um ativo digital que representa um crédito de carbono. Pois, representa uma tonelada de carbono capturado ou não emitido. “Usamos blockchain para criar uma versão digital de um ativo real, o carbono. Essa tecnologia permite rastrear qual projeto gerou o crédito e desde quando está compensando. Isso dá segurança para quem compra, pois permite acompanhar como o valor investido ajuda a financiar os projetos de preservação”, explica.
Valor e mercado
O valor médio do crédito de carbono está em US$ 10. Esse preço é determinado de forma independente pelo mercado em função da oferta e da demanda por esse produto, na relação de compra e venda entre os próprios clientes.
A plataforma destaca que o pequeno produtor é um dos seus focos. “Hoje, ele tem a possibilidade de acessar a plataforma e fazer a compra. Antes de 2020, uma grande empresa que quisesse adquirir os créditos precisava acionar um corretor, para que ele verificasse o preço praticado pelo projeto certificado”, explicou general manager da empresa.