Produção de café em Minas deve cair 38% e ser a menor em dez anos
Dados do 3º levantamento da safra de café da Conab apontam para redução da colheita no estado e em todo o país
A produção de café em de Minas Gerais deve ser a menor em dez anos, com redução de 38% na comparação com a safra anterior.
Segundo os dados do 3º Levantamento da Safra 2021, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em todo o país, a queda será de 25,7% na safra. A produção estimada é de 46,9 milhões de sacas de café.
Produção de café em Minas
Na região Sul e Centro-Oeste de Minas, a estimativa é de pouco mais de 11 milhões de sacas, o que corresponde a uma colheita 42,3% menor do que a temporada 2020.
Conforme os dados, a produção total estimada no estado de Minas é de 21,4 milhões de sacas de café beneficiado.
Assim, o levantamento da Conab foi feito em um momento em que mais de 95% das áreas plantadas já foram colhidas. Até o dia 10 de setembro, a colheita de café na área da Cooxupé chegou a 96,93%.
Situação dos produtores
Segundo reportagem da Emater, para fazer frente às necessidades fisiológicas das plantas, bem como garantir a produção nos próximos anos, será necessário arcar com a alta dos preços dos insumos.
Ou seja, uma situação que vem se agravando desde o fim de 2020. “Em alguns casos, a safra deste ano, mesmo com esses valores muito elevados, vai ser a conta de cumprir os compromissos bancários e replantar as áreas afetadas pelas geadas. E os juros ainda subiram também”.
Qualidade do café
Em meio a todo esse cenário de crise, uma boa notícia.
Willem Araújo garante que a qualidade do café produzido no Sul de Minas este ano está muito boa.
“Os cafeicultores trabalharam bem no manejo das lavouras e, também, tiveram muito cuidado na colheita e no período de pós-colheita. Estive em vários municípios, coletando as amostras para o concurso estadual, e pude comprovar que os cafés estão muito bons”.
Por fim, quanto ao clima, o gerente da Emater-MG recomenda que sejam feitos investimentos em sistemas de irrigação, que, no Sul do Estado, estão disponíveis em menos que 10% das lavouras de café.
Portanto, “irrigação não é luxo, agora é uma questão de necessidade.”