Reconhecimento coloca Rondônia na rota de café sustentável

Reconhecimento coloca Rondônia na rota de café sustentável

Estado recebe primeira Denominação de Origem de café canéfora sustentável do mundo pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI

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Uma boa notícia para a cafeicultura brasileira que envolve trabalho sustentável e bom desempenho social. O estado de Rondônia foi reconhecido como a primeira Indicação Geográfica (IG), do tipo Denominação de Origem (DO), de café canéfora (robusta e conilon) sustentável do mundo. Este reconhecimento da IG Matas de Rondônia para Robustas Amazônicos do tipo Denominação de Origem foi concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI e consolida a qualidade dos cafés da espécie Coffea canephora.
Em entrevista ao site Notícias Agrícola , o pesquisador da Embrapa Rondônia, Enrique Alves, afirma que o saber fazer é crucial na definição de uma IG. Segundo ele, o fator humano e sua capacidade de modificar o ambiente, selecionar materiais genéticos e manejar lavouras, não pode ser ignorado. “Neste caso, se trata de uma interferência, quase sempre, positiva e este é o princípio da Indicação de Procedência (IP)”, afirma Alves para o NA.

Complexidade

O pesquisador ainda disse que o caso da Denominação de Origem é um processo ainda mais complexo, pois, além do saber fazer e seus aspectos culturais, é preciso considerar que o café e suas qualidades intrínsecas têm uma relação direta com as características do “terroir” da região.

Dada a complexidade e importância do processo de reconhecimento da cafeicultura da região Matas de Rondônia, coube à Embrapa documentar e justificar os aspectos que tornam o café e a região únicos e merecedores deste selo de origem. Para o Notícias Agrícolas, o pesquisador ainda disse: “Sabemos que a cafeicultura é formada de boas práticas agronômicas, história e ciência. Esse verdadeiro dossiê que subsidiou o pedido de reconhecimento retratou e documentou este conjunto de valores da cadeia de produção e transformação. Isso só foi possível graças a um trabalho de mais de quatro décadas que a Embrapa vem realizando, com a geração e transferência de soluções tecnológicas para a cafeicultura na Amazônia”, destacou.

Alves ainda alerta que a Indicação Geográfica pode ser uma ferramenta poderosa de valorização de um produto, no entanto não tem a função de trazer notoriedade. Ele explica que existe uma regra primordial no que diz respeito às IGs. “Não se pode criar uma IG! Este é um processo de reconhecimento e valorização, da qualidade de um produto e a sua origem. Outro equívoco comum é que não existe IG para produtos medíocres! Não se trata de uma ação solidária. É, antes de tudo, um selo que atesta a originalidade e a singularidade de um produto ou serviço”, pontua o pesquisador em sua entrevista para o NA.

Após o reconhecimento da IG é preciso que toda a cadeia produtiva e de transformação trabalhe para aproveitar, ao máximo, seus benefícios e conquistar novos mercados que valorizem a história por trás do produto.

Cerrado de Minas

Na cafeicultura, as IGs não são exatamente uma novidade, existem casos de sucesso como o da Região do Cerrado de Minas que tem grãos com alto padrão de qualidade, mundialmente reconhecidos. Possui grande organização da cadeia e emprega tecnologias de ponta que tornam a cafeicultura dessa região eficiente e sustentável.
Saiba mais sobre o assunto e acompanhe a entrevista do pesquisador da Embrapa Rondônia, Henrique Alves, clicando aqui.


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