Seminário trata os avanços do controle biológico de pragas
Palestrantes discutiram a importância dos investimentos em pesquisa e demonstraram os avanços científicos que estão sendo feitos
Pelo menos 30% do mercado serão orientados por controle biológico, até 2030. A expectativa faz parte dos avanços tecnológicos em território brasileiro e foi tema central do painel de abertura do segundo dia do “Seminário Internacional Os Desafios da Ciência em Novo Pacto Global do Alimento”, no âmbito do projeto Biomas Tropicais, promovido pelo Instituto Fórum do Futuro, na manhã de quarta-feira, 16 de junho.
A Ciência Tropical tem ainda espaço para avançar nesta área. “Nosso desafio, até 2030, é deixar o mercado mais ativo no controle biológico de pragas. Percebo uma boa perspectiva de transformação com produtores ávidos por sustentabilidade, gerando ainda mais emprego e renda para o Agro”, afirmou o Presidente do CNPq e Coordenador Científico do Fórum do Futuro, Evaldo Vilela, na abertura do painel.
A pesquisadora da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), Madelaine Venzon mostrou os avanços conquistados no controle biológico conservativo em culturas de café. Com base em pesquisas científicas, a pesquisadora frisou que não é apenas o controle biológico a única saída para manejar as pragas. “No entanto, é necessário a utilização de métodos que sejam seguros aos agricultores, consumidores, ao ambiente e economicamente viáveis”.
Neste sentido, o controle biológico conservativo utiliza os recursos naturais para combater as pragas. “Na plantação de café, por exemplo, as vespas são muito eficientes em controlar o bicho mineiro, que é a principal praga no Cerrado do Brasil e também do café”, explicou.
Na esteira dos avanços práticos das pesquisas da ciência no combate às pragas nas plantações, o professor Titular de Entomologia da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Angelo Pallini explanou sobre o controle biológico aumentativo com ácaros nas plantações de morango.
Para ele, o controle biológico é uma realidade possível. O pesquisador explicou ações que têm sido feitas junto a agricultores familiares de morango, com estratégia de soltura contra os ácaros predadores, associada à polinização do fruto. “Com uma série de ações testadas com 17 mil plantas, chegamos a zero de praga”.
O Pesquisador do Instituto de Ciências Moleculares de Plantas da Universidade de Edimburgo, Steven Spoel, apresentou uma nova perspectiva do que vem sendo estudado, com solos supressivos, que podem ser utilizados como controle biológico de pragas. Spoel disse que muita pesquisa tem sido feita e elogiou os avanços brasileiros. “Estou admirado com a ciência maravilhosa que tem sido feita no Brasil”, comentou ao finalizar o painel.