Brasil é o maior exportador de café, mas demanda por crédito é alta

Brasil é o maior exportador de café, mas demanda por crédito é alta

Apesar da importância do grão para a economia nacional, mais de 70% dos produtores rurais não conseguem ter a demanda por crédito atendida em sua totalidade

3 minutos de leitura

Além de ser uma das bebidas mais consumidas do mundo, o café também é uma fonte de renda para milhões de produtores ao redor do planeta. No Brasil, pois, o plantio do grão desempenha um papel crucial na economia. Sobretudo, o país é o maior produtor mundial de café e o segundo maior consumidor do mundo, atrás somente dos Estados Unidos. Nesse sentido, as condições climáticas e geográficas favorecem o cultivo em larga escala. Entretanto, apesar da importância do café, muitos produtores não conseguem ter a demanda por crédito atendida. A informação foi divulgada no portal Café Point.

De antemão, o Brasil exportou cerca de 2,2 milhões de toneladas do grão em 2022. O equivalente a 39,4 milhões de sacas. Portanto, sendo responsável por cerca de 33% da produção mundial e movimentando mais de US$ 9,2 bilhões no período.

Por outro lado, a exportação brasileira de café em 2023 está estimada entre 37 e 38 milhões de sacas de 60 kg até o final do ano. Isso segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

Desafios para o produtor rural

Antes de mais nada, o café é uma cultura que requer cuidados especiais desde o plantio até a colheita. Dessa forma, os produtores precisam estar atentos a diversos fatores, como o clima, a qualidade do solo e os métodos de cultivo.

Primeiramente, todos esses elementos são essenciais para garantir a produção de um café de qualidade, que será valorizado no mercado. Os produtores precisam, assim, lidar também com problemas. Como, por exemplo, pragas e doenças que podem afetar a produtividade das plantas.

Apesar da importância do grão de café para a economia nacional, mais de 70% dos produtores rurais não conseguem ter a demanda por crédito atendida em sua totalidade. É o que explica João Fossaluza, vice-presidente da Atto EXP Empresarial, especializada em fomentar e realizar operações estruturadas para o agronegócio. Acima de tudo, os motivos incluem falta de organização documental, projeto e ausência de conhecimento.

“Se o produtor precisa de R$ 1 milhão para custeio, por exemplo, ele consegue performar apenas R$ 600, R$ 700 mil. Ou seja, ele está sempre buscando novas possibilidades de crédito”, esclarece ao Café Point.

Demanda por crédito

De acordo com o especialista, a escassez de informações sobre o tema ainda é um desafio para muitos produtores rurais que desejam obter acesso ao crédito.

O empresário cita, por exemplo, a linha de correção de solo, pouco acessada pelos produtores. Porém, de significativa importância para a agricultura. Através dela, o agricultor obtém financiamento para aumentar a fertilidade do solo e realizar o plantio da cultura. Produzindo, assim, o maior volume possível em boa qualidade.

Impacto social

Em suma, a cultura do café movimenta a economia, gerando emprego e renda. Do mesmo modo, Minas Gerais é o maior produtor do grão no país. Respondendo, portanto, por mais de 50% do volume nacional.

Além do aspecto econômico, o plantio de café também possui um relevante impacto social. Em conclusão, muitas regiões produtoras são áreas rurais, onde a agricultura é a principal atividade econômica. Do mesmo modo, o café proporciona uma alternativa de trabalho para os agricultores, evitando o êxodo rural. E contribuindo para o desenvolvimento sustentável dessas comunidades.

Papel fundamental

Outro aspecto importante é a preservação ambiental. Sobretudo, os produtores do grão têm um papel fundamental na conservação dos recursos naturais, como a água e o solo. Nesse sentido, a adoção de práticas sustentáveis, como o manejo adequado dos resíduos e a utilização de técnicas de cultivo que minimizem o impacto ambiental, é essencial. Isso para garantir a continuidade da produção de café a longo prazo.

Em síntese, o plantio de café desempenha um papel de suma importância. Tanto do ponto de vista econômico como social e ambiental no país. Para João Fossaluzza, enfim, o produtor precisa apenas de conhecimento para investir no setor, pois o retorno é garantido.