Brasil tem muito espaço a ocupar no mercado mundial de cafés
Conclusão está em estudo da FIESP, que engloba a produção, beneficiamento e comercialização do produto
O Brasil detém a liderança mundial na produção e exportação de cafés, mas, ainda tem muito espaço a ocupar no mercado internacional.
A constatação está, de antemão, no estudo “Agronegócio do Café – Produção, Transformação e Oportunidades” feito pelo Departamento de Agronegócio da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp) e divulgada pelo Broadcast Agro.
Brasil tem muito espaço a ocupar
Em 2020, por exemplo, a importação total de café, seja em grão, torrado, solúvel, entre outras commodities, ficou em US$ 38 bilhões, de acordo com dados da United Nations Comtrade Database (UN Comtrade).
Desse total, contudo, 14% tiveram origem do Brasil. Os 15 maiores importadores globais representam cerca de 70% do valor total importado.
Entre os principais mercados globais, o Brasil tem boa participação nos EUA (17%), Alemanha (25%), Itália (26%), Japão (25%) e Bélgica (39%).
Nesse quesito, os organizadores do estudo reforçam que existe espaço para um crescimento do Brasil.
“Ainda assim, há oportunidades para ampliar nossa participação nesses mercados. Mas, para isso, necessitamos de uma maior rede de acordos tarifários para os produtos beneficiados e elevar a importação de café verde de outras origens para a formação de blends, entre outras ações que permitam que o Brasil exporte mais produtos processados”, dizem.
Mercado Interno
No mercado doméstico, por exemplo, o setor deve continuar se reinventando. Nesse caso, estimulando as novas formas de preparo no consumo tradicional do lar.
Outra forma de oxigenar essa experiência seria proporcionando praticidade, qualidade e experiência, também no consumo fora do lar.
Além disso, o setor deve estimular as Certificações de Qualidade e de procedência do Café.
E incentivar, também, o aumento do consumo de todos os tipos de grãos tradicionais e especiais, com suas denominações geográficas e origem.
Mercado em números
O setor cafeeiro tem relevante papel em termos econômicos e sociais. De acordo com o relatório da Fiesp, o país hospeda 264 mil propriedades agrícolas de café espalhadas por todas as regiões. São, ainda, 1.050 unidades industriais de beneficiamento e 826 estabelecimentos comerciais atacadistas especializados na distribuição do café. Juntos, eles representam um importante elo para geração de trabalho e renda no País empregando, aproximadamente, 585 mil pessoas.
Assim, no ano passado, o setor desembolsou R$ 1,44 bilhão em salários e remunerações. Apenas a indústria de beneficiamento, nesse ínterim, pagou em 2020, mais de R$ 760 milhões em salários. Outros R$ 468 milhões foram pagos em encargos trabalhistas e sociais resultando, assim, em um gasto de R$ 1,23 bilhão. Isso, posteriormente, contribuiu com o desenvolvimento em municípios onde o setor está instalado, como mostra o estudo.
E, por fim, a cadeia produtiva (produtor e indústria) proporcionou cerca de R$ 68 bilhões em valor bruto de produção.