Com baixa umidade do ar, normalidade da chuva só deve voltar no final de outubro 

Com baixa umidade do ar, normalidade da chuva só deve voltar no final de outubro 

Avaliação de Pedro Dias é que até lá haverá tempo quente e seco

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Que as estações estão cada vez mais indefinidas, é verdade. Se compararmos, por exemplo, os modelos climáticos recentes, temos por base como os eventos podem ser imprevisíveis se não forem minuciosamente analisados. Nesse sentido, a chuva é de suma importância e muito aguardada por produtores rurais.

E antecipando as condições meteorológicas, sempre com base em pesquisas, o professor Pedro Dias, especialista em clima pelo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP, trouxe um panorama do que está por vir em um encontro virtual com os profissionais da Cooxupé.

La Niña

O professor explicou que a La Niña, cuja influência ocorre na temperatura das águas do Pacífico, continuará a interferir. E deve, portanto, predominar até o fim do ano. Setembro ainda será seco, refletindo no período de floração do café. E, assim, o início da estação chuvosa deve ocorrer mais tardiamente, mais no final de outubro.

Conforme o professor, novamente, é preciso estar atento ao que já ocorre na Ásia, Europa e EUA. Pois, vivem um período com altas temperaturas, inclusive com recordes nos termômetros.

E, fazendo um comparativo com décadas anteriores, ele contextualiza que desde 1980 o planeta tem vivenciado, pouco a pouco, condições que evoluem para extremismos no clima (seja frio ou calor).

Falta de regularidade no clima

Pedro Dias acrescenta, ainda, que desde 2011 o nível de chuvas tem ficado – com raras exceções – abaixo da média esperada. O que influencia em menor produtividade e oferta de grãos.

A previsão, baseada nos modelos analisados, é que outubro já não seja tão seco. E, entre o final do referido mês e início de novembro, a chuva venha com mais regularidade. Mas, as previsões apontam um setembro mais seco e mais quente do que o normal. Podendo ocorrer algumas chuvas no final de setembro/início de outubro, porém não persistentes.

Durante a palestra o especialista ressaltou, com preocupação, que a falta de recursos para o monitoramento do clima em estações espalhadas pelo Brasil possa levar a distorções sobre a realidade climática.

Em outra palestra para a Cooxupé, no final de junho, o professor já havia afirmado que o inverno não seria tão rigoroso e seria marcado por ondas de frio, o que veio a se confirmar na sequência.


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