Condições climáticas e geada são temas de palestra para produtores rurais
Evento virtual trouxe panorama sobre o comportamento do clima para as próximas safras de café
O Conselho Nacional do Café (CNC) convidou o professor e pesquisador Luiz Carlos Baldicero Molion para uma palestra virtual sobre as condições climáticas para os próximos anos.
Assim, durante o evento com produtores de café, associados e técnicos de cooperativa, o pesquisador falou sobre os impactos das mudanças de temperaturas na produção cafeeira em regiões como Sul de Minas, Mogiana Paulista, Cerrado Mineiro, Espírito Santo e Bahia.
Condições climáticas
Por duas horas, Molion trouxe detalhes sobre as perspectivas do clima tanto para a safra 22/23 como para os próximos anos. Bem como disse que a tendência é de resfriamento do globo e não de aquecimento.
De antemão, o pesquisador disse não ver grandes problemas com a falta de chuvas, mas chamou a atenção para, pelo menos, três massas de ar polar. Elas devem, pois, se aproximar das regiões produtoras no final de maio, início de junho e a última, no final de julho.
Geadas na lavoura
Molion alertou para o risco de lavouras plantadas em terrenos baixos, pois o produtor precisa se atentar ao zoneamento agrícola evitando, assim, prejuízos com as geadas.
“Em caso de geada mais crítica, não existe método ou alternativa que possa salvar a lavoura. A maneira mais sensata é o produtor pegar o resultado de geadas anteriores e evitar o plantio nessas áreas que são bolsões de geadas”, pontuou.
Previsão não é precisão
Durante a palestra, o pesquisador enfatizou que a previsão do tempo não é uma exatidão. “Eu já desisti de modelos, pois se não têm condições de reproduzir o clima atual, imagina a previsão. Eu costumo usar previsão por previsibilidade ou, no caso, por similaridade”.
Molion comentou ainda sobre os oceanos. “Pacífico e Atlântico, os dois juntos correspondem a 52% da superfície da terra, vê como foi o inverno nos EUA, na Europa e, com isso, cria um cenário e identifica um ano que foi semelhante a isso. No caso, similar a 2007”, explicou.
Em relação às chuvas
Conforme o verificado, o professor acredita que 2022 terá chuva dentro da média, com acumulado de 1.500 mm na região. “A preocupação maior é de outubro a dezembro, com uma redução de 25 a 30%”, destaca.
Em síntese, ele observa que para os próximos 15 anos haja uma frequência menor de el niños, com chuvas e tempestades mais localizadas.
E para concluir, o professor cita Francis Bacon: “Não podemos comandar a natureza, apenas obedecê-la”.
A palestra na íntegra pode ser acessada no canal do YouTube, clicando aqui.