Espaço de café torna ambientes mais agradáveis espaço de café

Espaço de café torna ambientes mais agradáveis

Neuroarquiteto explica como o aroma da bebida e seus estímulos sensoriais são utilizados para criar ambientes acolhedores

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O café é parte essencial do dia a dia da maioria das pessoas, seja em casa, no trabalho, nos momentos de lazer. Ou até nas refeições em restaurantes, cafeterias e bares. Por isso, criar um espaço de café torna os ambientes mais agradáveis. É o que mostra a neuroarquitetura.

A princípio, o tradicional cafezinho traz uma particularidade: o aroma sedutor que exala enquanto é preparado.

Esse cheirinho irresistível pode ser sentido até mesmo nas prateleiras, dentro dos pacotes, em grãos ou em pó, com os seus diferentes tipos de torra.

A bebida é um poderoso meio de confraternização. E, para o brasileiro, está consagrada como uma identificação cultural, pois o Brasil figura há bastante tempo como o maior produtor e exportador cafeeiro do planeta.

Neuroarquitetura

De antemão, o arquiteto e urbanista Lorí Crízel, destaca como os aromas e os estímulos sensoriais que o café provoca podem ser utilizados para ajudar a criar ambientes mais aconchegantes para os seus usuários.

O profissional é especialista em neuroarquitetura. Além disso, Crízel é presidente da ANFA (Academy of Neuroscience for Architecture) no Brasil e autor do primeiro livro do país sobre neurociência aplicada à arquitetura, design e iluminação.

Acolhimento

Ou seja, ele explica como a odorização adequada de um espaço de café pode exercer um papel relevante entre os elementos que compõem um projeto. Do mesmo modo, Crízel lembra como o café possui uma alta capacidade de oferecer um local acolhedor por meio de sua influência sensorial.

“A maioria de nós tem um histórico familiar, um sentimento de apropriação em relação ao café. E ao seu cheirinho que lembra, por exemplo, a casa da avó. A gente sempre remonta essa bebida a momentos muito prazerosos”, analisa o especialista em neuroarquitetura.

Memórias mais intensas

O neuroarquiteto Lorí Crízel explica que a odorização adequada de um espaço de café pode exercer papel relevante

Antes de mais nada, Crízel diz que o olfato desperta memórias muito mais intensas e viscerais do que outros sentidos, como a audição, o toque e a visão. Por isso, o espaço de café é tão importante.

“Quando falamos do odor, tratamos de um dos sentidos com uma potencialidade muito grande em função de alguns aspectos neurológicos. O odor é um sentido que leva a informação sensorial direto para o córtex olfativo, não passando por nenhum dos outros intermediários neurais. Enquanto os outros sentidos passam por uma filtragem para serem reconhecidos e aplicados”, detalha.

Em outras palavras, essa capacidade do olfato faz do aroma da bebida um aliado nos projetos arquitetônicos, tornando os ambientes mais agradáveis.

Espaço de café

Repleta de qualidades e encantos, a bebida tornou-se sinônimo de acolhimento ao ser oferecida em inúmeros locais e tem uma capacidade de tornar mais hospitaleiros os espaços onde está presente.

Assim, o café tem sido utilizado de diversas maneiras como um elemento que ajuda a compor projetos de ambientes que proporcionem relaxamento e aliviem o estresse.

“Em uma cafeteria, por exemplo, na qual uma pessoa passa pela porta e se sente atraída pelo cheiro do café, nós podemos utilizar isso por meio de várias configurações para promover o espaço. Normalmente, são configurações de aconchego, de permanência. De convite ao usuário, de gerar identidade e conexão. Então, sempre é o cafezinho, é aquela coisa gostosa de estarmos entre amigos, entre aqueles que nós gostamos. Enfim, ele traz toda essa condicionante simbólica junto com ele”, enfatiza Crízel.

Cheiro agradável

Além disso, o neuroarquiteto lembra que um restaurante de portas abertas, que exale um cheiro agradável, tem um potencial maior de despertar a fome e atrair mais clientes que transitam na porta do local do que outros que funcionam com as portas fechadas.

“Isso não acontece apenas em uma cafeteria, bar ou restaurante. Quando você chega em um hotel ou em uma pousada e tem aquele cheirinho de café na recepção, é porque o local tem o objetivo de ser mais convidativo. De trazer aquela sensação de acolhimento, de aconchego. De que você é bem-vindo naquele local”, diz o especialista

Ele comenta outro tipo de local onde a presença do espaço de café pode desempenhar um papel importante para uma melhor experiência dos seus usuários.

“As clínicas médicas acabam utilizando isso também. Porque promovem esse aconchego, que tende a diminuir um pouco os níveis de ansiedade e receio nas pessoas. Ou seja, a gente tem ali uma condicionante de gerar menos estresse porque já é um ambiente que, dependendo do tipo de clínica, você pode estar um pouco nervoso”, reforça.