Estoque de CPR na B3 já ultrapassou a marca de R$ 40 bilhões
A quantidade de CPRs em estoque também aumentou de forma expressiva passando de 46 em julho do ano anterior para 565 em abril deste ano
O estoque de CPR (Cédulas de Produto Rural) na B3 (Bolsa de Valores de São Paulo) já ultrassou a marca de 40 bilhões e registrou um aumento expressivo passando de 46 em julho do ano anterior para 565 em abril deste ano.
De acordo com publicação da Dinheiro Rural, as alterações estabelecidas pela chamada “Lei do Agro”, a lei 13.986, sancionada no ano passado, relacionadas às CPR´s estimularam a emissão do papel no último ano, conforme dados apresentados por José Angelo Mazzillo Junior, secretário-adjunto de Política Agrícola do Ministério da Agricultura.
Entre julho de 2020 e maio deste ano, o estoque de CPRs registradas na B3 – volume total que consta nos papéis ainda não quitados – saiu de R$ 17 bilhões para mais de R$ 40 bilhões, de acordo com Mazzillo Junior.
As CPRs relacionadas ao financiamento de soja e milho representam cerca de 70% do total, mas também há registros de papéis atrelados à produção de algodão, cana-de-açúcar, café, etanol hidratado e outra série de produtos agrícolas.
CPR financeira e física
A reportagem da Dinheiro Rural descreve ainda que a B3 contabiliza tanto CPRs financeiras, operação na qual a dívida é quitada com dinheiro, e a CPR física, pela qual o pagamento é feito com o produto agrícola.
De acordo com dados apresentados pelo secretário-adjunto, a quantidade de CPRs financeiras registradas é expressivamente maior do que a de CPRs físicas (3.162 contra 255, respectivamente, registradas em abril), mas o número de CPRs físicas registradas deu um salto a partir de fevereiro – a obrigatoriedade do registro digital passou a vigorar neste ano. Saiu de 32 em janeiro para 152 em fevereiro e 255 em abril. Mazzillo Junior destacou a determinação do registro de CPRs no mundo digital, trazida pela Lei do Agro, como um dos fatores de estímulo.
CCA
Mazzillo Junior também chamou a atenção para o projeto de criação da Cédula de Crédito do Agronegócio (CCA), título que poderá ser emitido por toda a cadeia do agronegócio – frigoríficos, moinhos, fabricantes de sucos e outros agentes.
Na avaliação do secretário-adjunto, a CCA vai “impulsionar a securitização” no setor. Entre os pontos que constam da proposta, está o balizamento do preço do registro e averbação em cartórios das garantias imobiliárias envolvidas na emissão do título.
Mazzillo Júnior defendeu ainda a modernização das leis 4.829 e 8.247, que tratam de crédito rural e subvenção ao produtor rural. “Os projetos estão prontos, precisamos de empurrão do setor para viabilizar”, afirmou.
Sobre as demandas do setor para a safra 2021/22, o secretário-adjunto defendeu “não menos” do que R$ 3 bilhões por ano para a subvenção ao seguro rural e foco nos pequenos produtores.