ICE tem menor estoque de café dos últimos 22 anos
Preços voltam a subir e logística ainda preocupa muito o setor no BR
De acordo com o Notícias Agrícolas o mercado futuro do café arábica abriu o pregão em 09/02 com nova explosão para os preços na Bolsa de Nova York (ICE Future US).
Por volta das 11h47 (horário de Brasília), os principais contratos avançavam mais de 700 pontos, ultrapassando os 255 cents/lbp. O mercado reage à maior queda nos estoques certificados dos últimos 22 anos na ICE para 1.060.424 de sacas. Em um mês os estoques recuaram 450 mil sacas. Esta é a segunda vez, durante a pandemia, que os estoques de café caem para níveis históricos.
Em setembro de 2020, o volume de café certificado chegou a 1.234 milhões de sacas. O cenário indicou que mesmo com as restrições impostas pela Covid-19, a demanda por café continuou aquecida nos Estados Unidos. O país é o principal comprador de café proveniente do Brasil.
Desta vez, Haroldo Bonfá – analista de mercado da Pharos Consultoria, destaca que o cenário é mais complexo. Isto porque os problemas logísticos continuam impactando todo o setor exportador do país.
“O problema logístico atualmente continua, o frete mais caro e a falta de espaço nos navios. E essa queda nos estoques deve continuar acontecendo, não tende a parar”, comenta o especialista ao Notícias Agrícolas.
Assim, ele ainda explica que além da logística que atrasa os embarques do Brasil, com o preço em alta contínua, é muito mais barato para o importador consumir o café que já está em território americano.
“Os estoques têm preços inferiores aos preços atuais. O mercado se preparou para essa alta, e claro que é muito mais barato forçar o consumo do café que já está por lá”, acrescenta. É importante ressaltar que os Estados Unidos estão no pico do Inverno, o que aquece ainda mais a demanda”, cita na reportagem.
Expectativas
Ainda de acordo com o especialista, o mercado segue travado com o produtor esperando por novos preços, principalmente porque o custo de produção também subiu expressivamente no último ano.
Um dos desafios para o produtor, de acordo com o especialista, é justamente fazer essa equalização entre custo e o preço de venda.
Estoque de café
Com relação às origens dos estoques certificados, a análise da Pharos ao Notícias Agrícolas mostrou que Honduras continua sendo o maior provedor de café.
Também durante a pandemia, o café brasileiro se destacou e conquistou mais espaço, ficando inclusive à frente de Honduras que tradicionalmente sempre ocupou o primeiro lugar. Por fim, Até no dia 09 deste mês, o Brasil era responsável por 37,58% dos estoques certificados, já Honduras tinha 52,73% na participação.