Brasil precisa apresentar mecanismos de rastreabilidade, diz OIC

Brasil precisa apresentar mecanismos de rastreabilidade, diz OIC

Novas regras de importação da União Europeia exigem o desafio de pautar a sustentabilidade ligada à agricultura cafeeira

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Há um ano liderando a Organização Internacional do Café (IOC), a diretora executiva Vanusia Nogueira participou online do Summit Empreendedoras do Café 2023, que aconteceu em Santa Rita do Sapucaí (MG), no último dia 12 de maio. De antemão, ela destacou os principais desafios da cadeia mundial do café. Entre as pautas, a executiva enfatizou as novas regras de importação da União Europeia e a necessidade urgente do Brasil apresentar mecanismos de rastreabilidade.

De acordo com o Portal Notícias Agrícolas, Vanusia também discorreu sobre as preocupações diante de uma possível recessão na Europa.

“É um processo muito mais complexo porque os desafios são enormes. Estamos passando por um processo de recessão, todo mundo aqui com muito medo, com inflação de dois dígitos que amedronta muito por aqui. Eles não conhecem, não sabem conviver com isso e, claro, que acaba recaindo no café”, disse a diretora executiva da IOC ao NA.

Mercado de café

Primeiramente, o discurso de Vanusia complementa os principais debates no mercado de café. A ideia é entender como será o impacto sobre o grão.

Por outro lado, ela afirmou que os Cafés do Brasil têm sido reconhecidos e ganham muito espaço em Londres, onde está a sede da OIC.

Sustentabilidade

No entanto, Vanusia não hesitou em destacar as preocupações com as novas regras de importação da União Europeia.

“O grande desafio tem sido a pauta de sustentabilidade ligada à agricultura. Como vamos lidar com a regulação vinda da Europa, além de outras regulações que estão vindo em cima das commodities?”, questionou.

Para ela, o grande foco agora é justamente trabalhar em entender as novas regras, mas fazer com que todas essas exigências sejam explicadas para os países compradores.

“Esses grupos são teóricos, eles não conhecem a realidade na prática. O trabalho agora é verificar o que está sendo colocado nas regulações. É estar dentro de uma abordagem diplomática e explicar que, às vezes, que entre o que estão colocando e a realidade, existe uma distância enorme”, afirmou.

Mecanismos de rastreabilidade

Outro ponto de destaque, conforme a representante da maior organização de café do mundo, é que a Europa já entendeu que “não consegue viver sem o café” e que, para se ter esse produto, precisa do Brasil e também de outras origens.

“O principal ponto é buscar, de forma geral, estabelecer os mecanismos de rastreabilidade, buscando essas validações. Temos a necessidade dessas ferramentas prontas o mais rápido possível”, complementou Vanusia.

Em síntese, a executiva comentou que ainda não estão claras quais serão as exigências, mas que o Brasil tem trabalhado para comprovar que, nas áreas de café, não existem problemas de desmatamento.

“Além disso, o Brasil precisa trabalhar com muita transparência as questões de direitos humanos. Saber apresentar essas informações com nível de seriedade que elas precisam ser apresentadas, já que nós temos uma legislação muito forte”, ressaltou Vanusia.