MG: janeiro fecha com alto volume de chuva e temperaturas abaixo da média
Departamento de Geoprocessamento da Cooxupé pede atenção para situações que podem afetar produtividade e qualidade dos grãos de café, atualmente em período de granação
Pelo segundo mês seguido choveu acima do previsto em cidades mineiras que contam com o monitoramento do Departamento de Geoprocessamento da Cooxupé. De acordo com a avaliação, o volume de chuva em janeiro ficou acima da média histórica em todos os municípios avaliados com registro de, aproximadamente, 283 mm.
Porém, algumas cidades receberam mais que o dobro de precipitação. Como, por exemplo, Campos Gerais (553 mm), Carmo do Rio Claro (557,8 mm), Guaxupé (584,7 mm) e Serra do Salitre (678,4 mm).
Volume de chuva
Segundo o Departamento de Geoprocessamento da Cooxupé, as chuvas ocorreram de forma distribuída durante o mês. Todavia, o maior volume de chuva aconteceu no primeiro decêndio, ultrapassando os 200 mm em quase todos os municípios.
Um dos exemplos vem de Serra do Salitre, que registrou 386,8 mm nos 10 primeiros dias do mês.
E logo nos primeiros dias do ano, tanto ela como as cidades de Campos Gerais, Carmo do Rio Claro e Coromandel registraram acumulados de chuva acima da média histórica.
As exceções foram os municípios de Alpinópolis, Campestre, Monte Carmelo e São Pedro da União.
Cafeeiros
Não houve restrição de água aos cafeeiros devido ao grande volume de chuva no período.
Dessa forma, ocorreu elevado excedente hídrico em todos os municípios analisados. Isso corresponde, em suma, ao volume de água que não infiltrou no solo e escorreu pela superfície, infiltrando em outros locais ou indo ao encontro de algum curso d’água.
Por isso, o recomendado nessa época de instabilidade é que sejam adotadas práticas conservacionistas de solo. Elas têm a finalidade de controlar as “enxurradas”. E, assim, minimizar os efeitos e as perdas pela erosão hídrica.
Temperaturas
A temperatura média do mês de janeiro permaneceu abaixo da média histórica em todos os municípios analisados, exceto em Guaxupé.
Em Nova Resende, por exemplo, foi registrada a temperatura mínima mais baixa (14,8°C). E Guaxupé teve a máxima mais alta (34°C).
Todavia, as condições meteorológicas estão satisfatórias para o desenvolvimento das plantas.
Os frutos formados a partir da florada, que ocorreu no final de setembro (3º decêndio), agora, encontram-se na fase denominada “granação”.
Nela, em síntese, ocorre a formação do grão. Ou seja, todo o crescimento e enchimento da semente em tamanho e peso.
Desse modo, o estresse hídrico na janela entre janeiro e abril pode prejudicar a frutificação. Como resultado, a planta pode produzir frutos mal granados. E isso leva, consequentemente, a diversos defeitos que comprometem a qualidade, o rendimento e valor do produto.
Granação
A planta exige água e nutrientes em abundância durante a fase de granação.
Neste sentido, é recomendado o acompanhamento das condições nutricionais e a realização dos manejos fitossanitários, já que esses podem ter sido comprometidos durante o período de chuva. Particularmente, entre os meses de dezembro de 2022 e janeiro de 2023.
Logo, vale ressaltar que a precipitação e as temperaturas abaixo da média histórica, somadas à dificuldade em realizar os tratos culturais, podem trazer alguns problemas.
Entre os quais: o aparecimento, multiplicação e aumento da pressão de doenças nas lavouras, tais como Cercosporiose, Ferrugem, Mancha Aureolada e Phoma.
Aqui na página da Cooxupé estão disponíveis para consulta e download todos os dados coletados pelas estações meteorológicas da cooperativa.