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Coordenador de Desenvolvimento Técnico da Cooxupé

Os principais cuidados com a lavoura de café em dezembro

Controle de pragas e doenças merece atenção especial no período chuvoso

O mês de dezembro, de antemão, é um mês chuvoso em que ocorre, particularmente, o período de pleno desenvolvimento do cafeeiro. Entretanto, a chegada do verão é propícia, também, para o desenvolvimento das plantas daninhas no cafezal.

A princípio, elas costumam ser muito agressivas e podem provocar, entre outras coisas, perdas nas lavouras se não forem bem manejadas. Dessa forma, para um bom manejo o produtor pode utilizar herbicidas pré-emergentes, herbicidas pós-emergentes, roçadeira ou trincha, além da capina manual com enxada.

Cuidados com a lavoura

A melhor opção, todavia, é a integração dos diferentes métodos, sendo o herbicida pré-emergente na linha “trilha” do café e pós-emergente intercalados com roçada ou trincha no meio da rua. Usando, por fim, a capina manual de plantas daninhas que escaparam do herbicida.

Outro ponto de atenção importante, nesse caso, é que o cafeicultor precisa ter atenção ao uso dos herbicidas pós-emergentes pois, atualmente, as lavouras têm pelo menos uma espécie de planta daninha resistente ao Glifosato.

A princípio, Buva, Corda de Viola ou Capim Amargoso são os mais comuns. E, primordialmente, é necessário acrescentar outros herbicidas específicos para um controle efetivo.

Do mesmo modo, o plantio de plantas de cobertura nas entrelinhas do café traz benefícios como a supressão das plantas daninhas.

Ferrugem

No período chuvoso, particularmente, também é o momento de aumentar o monitoramento das condições climáticas com relação à favorabilidade para a Ferrugem, que é a principal doença do cafeeiro.

A ferrugem, imediatamente, é causada pelo fungo Hemileia vastatrix, que se desenvolve com mais intensidade em situação de umidade e temperaturas mais elevadas.

E, simultaneamente, as condições para o aparecimento dos primeiros sinais da Ferrugem ocorrem em dezembro. Ou seja, esse é o período ideal para realizar a primeira pulverização para prevenir a doença.

O controle, a princípio, é feito com fungicidas específicos à base de triazóis e estrobilurinas. No entanto, uma prática muito utilizada e eficaz é o plantio de cultivares resistentes ou tolerantes à Ferrugem, que torna o manejo da lavoura menos dependente do uso de defensivos.

Broca

Dezembro, ainda, é o período de revoada da broca, considerada a principal praga do café que causa prejuízos devido à perda de peso dos grãos e posterior redução da qualidade.

É nesse período, em síntese, que a praga perfura os frutos para colocar os ovos que, posteriormente, darão origem às larvas que se alimentarão dos grãos.

Por isso, é o momento em que os inseticidas tem maior eficiência, tanto os químicos quanto os biológicos. No entanto, depois que os ovos estiverem no interior dos frutos, os produtos terão pouca eficiência no controle.

Mas, apenas a aplicação de inseticidas não é suficiente para um controle efetivo desta praga. É necessário, ainda, a implementação de outras medidas como, por exemplo, a instalação de armadilhas para monitoramento e captura das brocas.

Estas armadilhas, antes de mais nada, atraem as brocas fêmeas adultas devido a um composto à base de etanol + metanol. O ideal é que estas armadilhas sejam instaladas desde o período da pós-colheita nas áreas com histórico de ocorrência da praga.

Em suma, há outras medidas importantes para o controle de pragas como, por exemplo, o repasse da colheita e a varrição bem feita.

Estas medidas, portanto, reduzem a quantidade de frutos remanescentes na lavoura que podem servir de abrigo e alimento para a broca. Por isso, é importante eliminá-los com a limpeza do cafezal.