Planta fossilizada ancestral do café sobreviveu aos dinossauros

Planta fossilizada ancestral do café sobreviveu aos dinossauros

Descoberta relaciona planta que originou o grão ao período Cretáceo

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Uma recente descoberta liga uma planta ancestral do café ao longínquo período dos dinossauros. Uma publicação do Canaltech traz os detalhes deste descobrimento que relaciona a planta fossilizada, que originou o grão, ao período Cretáceo.

Um biólogo e professor de ecologia da Universidade do Kansas identificou, antes de tudo, o que seria o mais antigo fóssil de angiosperma do mundo: uma planta capaz de gerar flores e frutos que existiu há, aproximadamente, 80 milhões de anos.

Esse espécime fossilizado é ancestral das Lamiaceae que englobam, desde já, quase 40.000 espécies de plantas. Entre as quais estão a batata, o hortelã, o tomate e o café, por exemplo.

Planta fossilizada

A espécie, cuja descrição saiu no periódico científico Nature Plants, ficou nomeada como Palaeophytocrene chicoensis (P. chicoensis).

A reportagem do Canaltech conta ainda que, de início, ela foi encontrada na Formação Chico, que fica no estado americano da Califórnia. E faz parte de um grupo chamado Liana, do qual são parentes os cipós e trepadeiras, que se enrolam em árvores para chegar à luz solar.

Esse grupo adiciona uma grande complexidade estrutural às florestas úmidas. Desse modo, pelas evidências, demonstra ser mais antigo do que se pensava, remontando ao período Cretáceo.

Evolução das florestas e suas evidências

O fóssil representa um período importante da história da vida na Terra. Quando ele surgiu, as florestas passavam por uma transição da dominação de gimnospermas (como as árvores coníferas) para as angiospermas (plantas com frutos e flores).

Já era sabido, pois, que isso teria ocorrido no final do Cretáceo. Contudo, não havia evidência desse acontecimento e nem provas que detalhassem a formação de ecossistemas como, por exemplo, as florestas úmidas. Que, atualmente, abrigam mais da metade de todas as espécies de planta do mundo.

Em síntese, o P. chicoensis foi desenterrado nos anos 1990 por uma equipe de construtores em Sacramento, um importante local ligado ao trabalho geológico pela relação, sobretudo, com o período Campaniano. Considerado, pois, o quinto de um total de seis eras do Cretáceo Superior.

Recolhido por paleontólogos, o fóssil foi levado ao Museu de História Natural da faculdade comunitária local Sierra College. No entanto, sua importância passou quase que despercebida ao longo desses anos.

Descoberta e tanto

Foi então que o biólogo Brian Atkinson, que passou sete anos buscando por lamiales do Cretáceo na costa oeste dos Estados Unidos, recebeu a dica de visitar o museu da faculdade.

E impressionado com a diversidade de plantas coletadas na obra, ele finalmente se deparou com o P. chicoensis, notando padrões diferenciados na superfície do artefato.

Logo, o pesquisador associou os padrões à família de Lamiaceae chamada Icacinaceae, surgidas depois do impacto que extinguiu os dinossauros no final do período Cretáceo.

Evolução

Até então, não havia registros da espécie de antes da queda do asteroide. E com um microscópio ótico, ele estudou os tubérculos, fissuras e demais características da planta.

Assim, pôde comparar o material com outros fósseis e descobrir qual a origem dessa espécie, de acordo com a ordem genealógica evolutiva.

Desse modo, o achado é importante por mostrar à ciência que um dos grupos mais diversos de angiospermas conseguiu sobreviver ao cataclismo que exterminou os dinossauros do planeta. Evoluindo, então, até tornar-se grande parte do que temos hoje, em termos de plantações vitais à sobrevivência humana.

Assim, estabelecer ligações biológicas e entender a gênese dessas plantas pode nos ajudar a compreender, inclusive, como será o futuro. Pensando, em suma, nas mudanças climáticas que o mundo enfrenta.


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