Primeira onda de frio não causou grandes danos ao agro

Primeira onda de frio não causou grandes danos ao agro

Apesar das baixas temperaturas, impactos do frio nas plantações foram mínimos

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O frio dos últimos dias mudou as paisagens pelo Brasil e provocou um grande receio entre os produtores em relação aos possíveis prejuízos às lavouras.

Mas para os meteorologistas, embora as temperaturas tenham caído bastante, não chagaram ao ponto de provocar geadas sobre as plantações, de acordo com reportagem especial do portal G1.

Dessa forma, a primeira onda de frio do ano não causou prejuízos generalizados ao agro e foram registrados apenas danos de menor intensidade.

No Sul e no Sudeste, por exemplo, a Tempestade Yakecan provocou ventos de até 100 km/h, mas na maior parte das áreas produtoras no Centro-Sul não teve geada.

Regiões produtoras

Enquanto que no inverno de 2021 os prejuízos foram grandes, agora a situação foi diferente. E, nesse meio tempo, as hortaliças e culturas como café e cana-de-açúcar tiveram registros pontuais de problemas relacionados ao frio.

De acordo com a previsão do tempo, a partir do sábado, 21 de maio, as temperaturas começaram a subir em algumas regiões. Apesar disso, no começo de junho, está prevista uma nova onda de frio com menor intensidade.

O meteorologista da Climatempo, Cesar Soares, diz que a tempestade Yakecan agora está “morrendo” e se deslocando para o alto-mar de São Paulo e Rio de Janeiro. E, consequentemente, o ar frio está perdendo a força.

Como resultado, ainda de acordo com a reportagem, os agricultores não precisam se preocupar, pois a próxima onda de frio vai acontecer depois da primeira quinzena de junho.

E a previsão é de que não seja tão intensa. Para o meteorologista, “Esta deve ter sido a onda de frio mais intensa deste ano aqui no Brasil”.

Contudo, na quarta-feira, 18 de maio, os contratos futuros de café arábica em Nova York caíram até 4%. Isso ocorreu pelos riscos de perdas com a geada no Brasil, que é o maior produtor mundial do grão.

O temor era de que as lavouras de milho do Paraná e as de cana e café do Sudeste sofressem o impacto das baixas temperaturas.

Sul de Minas

Sem registros significativos de geadas, o sul de Minas enfrentou frio e ventos fortes, atingindo até 7°C, conta Elvira Terra, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Alfenas, em entrevista ao G1.

A temperatura foi suficiente para queimar algumas folhas de café, mesmo sem geada.  E ela ressalta que as folhas foram afetadas de modo superficial, sem gerar grandes danos às plantações.

A tempestade subtropical Yakecan, que se formou no litoral gaúcho com ventos de até 100km/h, foi responsável por afetar o Sul e o Sudeste. “[A queima] acaba danificando as folhagens novas, trazendo um aspecto de necrose de tecido, mas de maneira leve. Então foi muito pontual nas áreas de baixadas das propriedades”, afirmou Marcelo Jordão Filho, engenheiro agrônomo e pesquisador da Fundação Procafé, à EPTV.

Nesse sentido, por mais que as perdas não tenham sido grandes, esse fenômeno pode danificar plantações que, dessa forma, ficam fragilizadas. “Uma folha tem um pequeno rasgo, pequeno dano no tronco e isso acaba sendo uma porta de entrada para doenças como fungos e bactérias e também prejudica a produtividade”, diz o diretor da Cooperativa Regional Agropecuária de Santa Rita do Sapucaí (CooperRita), de Minas Gerais, Lucas Capistrano de Alckmin.


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