Ressonância magnética nuclear avalia qualidade de cafés

Ressonância magnética nuclear avalia qualidade de cafés

Tecnologia permite que análises sejam feitas em segundos, de forma não destrutiva, sendo eficaz para identificar adulterações do produto

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O uso da ressonância magnética nuclear de baixo campo pode medir concentrações de café das variedades Arábica e Robusta (Conilon). Antes de mais nada, a tecnologia se mostrou eficaz para controle de qualidade. Além da identificação de misturas indevidas entre as variedades estudadas, oriundas de fazendas produtoras de diferentes estados brasileiros. Em primeiro lugar, publicaram o estudo inédito na revista científica Food Research International.

A princípio, desenvolveram o estudo os físicos Rafael Oliari Muniz, Dr. Jorge Luis Gonzalez e Jair C. C. Freitas. Eles são da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Junto de Aline Toci, da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila).

Ressonância magnética nuclear

Acima de tudo, a pesquisa ressalta que muitas espécies de café são comercializadas ao redor do globo. Entretanto, os grãos de Arábica e Robusta são os de maior importância no mercado mundial.

Neste sentido, o Arábica, espécie responsável por mais de 60% da produção mundial de café, tem um sabor adocicado e achocolatado e aroma intenso. Além de ser mais difícil de produzir e ter valor de mercado mais elevado.

Por outro lado, o Robusta apresenta maior resistência ao meio ambiente, tem mais cafeína, sabor mais amargo. Ademais, tem baixa acidez e tem um valor de mercado menor.

“Infelizmente, a diferença de valor entre Arábica e Robusta abriu as portas para adulterações, via mistura entre as variedades”, afirmam os pesquisadores no estudo.

Teor de café

Antecipadamente, o método utilizado na pesquisa com o equipamento de ressonância magnética nuclear em baixo campo torna possível determinar o teor de café Arábica. Além de misturas com o Robusta.

Dessa forma, a diferença nos teores de lipídios, associados às variedades de café Arábica e Robusta, foi o fator chave responsável pela detecção das contribuições devidas a cada variedade.

Avanço na agroindústria

Em suma, instituições de pesquisas conduzem diversos outros estudos inéditos da utilização do equipamento de ressonância magnética nuclear em baixo campo. Isso com resultados promissores.

No Brasil, portanto, a tecnologia de ressonância magnética foi desenvolvida pela startup Fine Instrument Technology (FIT). E em parceria com a Embrapa Instrumentação (São Carlos). Assim, único equipamento fabricado no país, o SpecFit já vem sendo utilizado em análises diversas de produtos da agroindústria.

Análises em segundos

Sobretudo, a tecnologia faz análises em poucos segundos, de forma não destrutiva. Podendo ser feitas, na maioria das vezes, sem a necessidade de se abrir as embalagens.

“Nossa tecnologia tem permitido usos inovadores. Como, por exemplo, na seleção de sementes oleaginosas, análises de grãos e de alimentos industrializados – inclusive para identificação de adulteração de produtos – para a identificação do teor de gordura e maciez de carnes. Além de fertilizantes e, agora, também temos a oportunidade de contribuir para melhorar a qualidade do café. As fronteiras estão se expandindo”, ressalta o CEO da FIT, Daniel Consalter.