Transporte marítimo seguirá afetado na China pelos próximos meses, avalia MSC
Novo lockdown já afeta as operações marítimas; Em Xangai, há 500 navios esperando para atracar
Novamente a China endureceu as regras para conter o avanço de casos da Covid-19. Impactando, assim, todo o setor marítimo, em especial o transporte de cargas em contêineres.
E para o diretor presidente da MSC no Brasil, Elber Justo, os reflexos ocorerrão por um bom tempo. “A Covid, apesar de acharmos que ficou para trás… continuará impactando nosso negócio nos próximos meses”, afirmou o executivo, durante o Seminário Internacional do Café.
A previsão, nada animadora, é que a suspensão das atividades em Pequim e Xangai interfira na cadeia de suprimentos, impactando empresas globais.
Segundo Lúcio Dias, superintendente comercial da Cooxupé, maior exportadora de café do Brasil, “a logística estava muito ruim, deu uma melhorada, mas depois que a China voltou a fazer lockdowns atrapalhou bastante”.
Guerra na Ucrânia
Não bastasse isso, a Guerra no leste europeu ainda não dá sinais de acabar. E assim, já gera efeitos negativos na economia, como avalia o diretor presidente da MSC.
“As empresas de logística suspenderam rotas na região do Leste Europeu… o fechamento tem impactos no nosso negócio, as cargas que ficaram represadas causaram e ainda causam sobrecarga nos portos”, declarou Justo.
Em Xangai, há um represamento com 500 navios esperando para atracar. E falta até mão de obra. “Apesar de todos os esforços, a situação continua bastante complicada na questão de disponibilidade de navios”, afirmou ele.
Alta nos custos
Levados em conta todos esses problemas, o frete fica ainda mais caro. Justo lembra que a atual situação triplicou os custos dos navios. “Tudo isso impactou no custo do frete, o efeito Covid de 2020 e 2021 elevou os custos para níveis que não vemos há muito tempo”, disse ele.
A indústria de transporte marítimo busca formas de reduzir os impactos do lockdown usando, inclusive, navios velhos que seriam mandados para sucateamento. Enquanto isso se verifica uma alta de 20% na demanda pela construção de novas embarcações.
E como também faltam contêineres para o embarque de commodities, como o café, a solução tem sido expandir a vida útil deles, fazendo mais reparos, o que também eleva os custos.
Por fim, a expectativa é que a situação se normalize em breve, com a entrada de novos navios. O que deve ocorrer entre 2023 e 2024.
As informações são da Época Negócios, produzidas pela agência Reuters.