Evento mundial debate novas regras do comércio global e ESG no café

Evento mundial debate novas regras do comércio global e ESG no café

9º Coffee Dinner & Summit trará especialistas e lideranças internacionais para discutir os temas

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O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) promoverá debate com especialistas, lideranças e formadores de opinião dos principais parceiros comerciais do produto brasileiro. Tudo isso acontecerá no 9º Coffee Dinner & Summit, nos dias 25 e 26 de maio, em São Paulo (SP). A realização do evento ocorre diante de um crescente cenário global. Que demanda produtos com rastreabilidade e que adotem práticas alinhadas aos critérios ESG (governança socioambiental).

Sob o tema “Crescimento da produção: seus desafios e oportunidades em tempos de ESG”, o evento contará com a participação e contribuições de importantes atores do setor cafeeiro nacional e internacional. Eles vêm da Europa, América do Norte e Ásia e debaterão os desafios que a cafeicultura global vive ao longo dos últimos anos. Como, por exemplo, economia e tendências de mercado, questões climáticas, sustentabilidade, logística e as novas regulamentações voltadas a um mercado consumidor mais verde.

Comércio Mundial

O Brasil tem papel de grande relevância no comércio mundial de café. O market share é de aproximadamente 40%, sendo fornecedor imprescindível para os principais países importadores.

“Com a importância mundial do país, é fundamental trazer à tona essas discussões. Bem como apresentar nosso case bem-sucedido de sustentabilidade durante o período de grandes dificuldades logísticas e anomalias climáticas. Fizemos o dever de casa e honramos os compromissos com os mercados interno e externo, mostrando eficiência, com os exportadores realizando trabalho exemplar para garantir que nossos cafés, sustentáveis, diversos e com muita qualidade, chegassem a todos os seus destinos”, destaca Marcos Matos, diretor-geral do Cecafé.

No 9º Coffee Dinner & Summit, de acordo com ele, também será pensado o Brasil do café para os próximos anos e às futuras gerações, principalmente no que se refere à sustentabilidade econômica, social e ambiental em tempos de ESG.

“Sabemos que os desafios são muitos, mas que há grandes oportunidades. É importante comunicar, de forma inteligente e estratégica, a eficiência e a sustentabilidade intrínsecas à cafeicultura brasileira. No campo, o produtor adota boas práticas agrícolas, tornando a cafeicultura cada vez mais sustentável, com diversidade de origens, aromas e sabores, elevada qualidade, além de mitigar as anomalias climáticas, conforme demonstrado pelo estudo ‘Balanço de Carbono’ no café arábica. O segmento exportador, como grande parceiro dos produtores, repassa o maior percentual do preço FOB da exportação ao cafeicultor, fazendo todos os esforços diante dos gargalos logísticos, o que tem permitido atender aos mais variados e exigentes mercados consumidores, exportando para mais de 120 países”, pontua.

Sustentabilidade evidente

No Brasil, o café gera desenvolvimento onde é cultivado, melhorando a longevidade, a educação e a renda das comunidades ao seu redor. Isso se comprova pelo fato de o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) ser mais elevado em cidades com maior área plantada de café. Conforme análise realizada pelo Cecafé no principal Estado produtor, Minas Gerais.

Dessa forma, o Conselho também possui importantes ações alinhadas à melhoria de vida dos cafeicultores. Como os projetos “Criança do café na escola” (estruturação de 137 laboratórios digitais, com entrega de 1.370 computadores); “Produtor Informado” (qualificação de 7 mil produtores em boas práticas agrícolas e inclusão digital); e “Café Seguro”, que possui foco na capacitação ambiental voltada à questão dos limites de resíduos.

Há, ainda, iniciativas sociais da entidade direcionadas à melhoria das condições de vida e trabalho nas comunidades cafeeiras. Com ações para o aumento da conscientização sobre condições de trabalho decente, em alinhamento com a legislação laboral rural do Brasil, que é uma das mais exigentes do mundo.

Os cafés do Brasil também são, pois, importantes mitigadores do aquecimento global e referência em agricultura regenerativa. Estudo promovido pelo Cecafé, com condução científica da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (Esalq/USP) e do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), avaliou o impacto da transição de práticas convencionais, em fazendas de café de Minas Gerais, para aquelas que aportam mais matéria orgânica no solo e o mantém sob cobertura vegetal.

O resultado destaca a magnitude do serviço ambiental associado aos cafés do Brasil, pois foi obtido um balanço negativo de carbono da ordem de 10,5 toneladas de CO2 e equivalentes por hectare do produto cultivado. Ou seja, a atividade é carbono negativo, colaborando para a redução dos gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera.

Coffee Dinner & Summit

O evento, por fim, se destaca como um dos principais fóruns globais do setor cafeeiro. Reunindo, a cada dois anos, cerca de mil pessoas e líderes de todos os segmentos da cafeicultura brasileira e mundial. O objetivo é promover a prospecção de negócios, criar oportunidades comerciais, compartilhar experiências e fazer networking, aproximando players do agronegócio e apaixonados pelo café.

Os interessados podem obter mais informações e realizar suas inscrições clicando aqui.


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