Indicações Geográficas de café terão plataforma com origem controlada

Indicações Geográficas de café terão plataforma com origem controlada

Projeto deve elevar visibilidade dos produtos e expandir atuação dos produtores de cafés especiais

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O Sebrae, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Instituto CNA, de antemão, estão realizando o projeto Digitalização das IGs de café.

A iniciativa, inédita no Brasil, foi criada para fortalecer o mercado de produtos com Indicações Geográficas (IG).

E, em síntese, será implementada ainda neste ano com o apoio do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), como publicado pelo Notícias Agrícolas.

Indicações Geográficas

A proposta, desde já, é desenvolver um sistema para fomentar o controle e a rastreabilidade das regiões produtoras de café.

E, assim, estreitar o relacionamento com os mercados nacional e internacional, além de potencializar referências como qualidade e origem dos grãos produzidos no país.

Segundo o Notícias Agrícolas, a primeira reunião do grupo de trabalho ocorreu em Patrocínio (MG), região que compreende os cafés do Cerrado Mineiro, sendo uma das 14 IGs de cafés do país.

Ferramenta

De acordo com a analista de inovação do Sebrae, Hulda Giesbrecht, serão 18 meses de trabalho junto a associações, cooperativas, produtores, poder público e demais parceiros para estruturar a plataforma.

“Vamos desenvolver uma ferramenta, um sistema que servirá de base para a digitalização das Indicações Geográficas brasileiras dos demais produtos”, adianta.

E a previsão, em suma, é que os parceiros do projeto lancem uma chamada pública para selecionar a startup que desenvolverá a solução.

Hulda acrescenta que a novidade irá contribuir, também, para impulsionar a exportação dos produtos e ampliar a conexão com o mercado internacional.

“Ao longo dos últimos anos, o país tem caminhado no sentido de valorizar e escalar as vendas de produtos com Denominação de Origem ou Indicação de Procedência reconhecidos. Isso fortalece nossa economia, gera emprego, renda e valorização de nossos produtos e serviços”, esclarece.

Visibilidade

Para Juliano Tarabal, superintendente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, o programa de digitalização das IGs de café é preponderante. Pois, dessa forma, irá dar mais visibilidade à cadeia produtiva cafeeira.

“O projeto para desenvolvimento de uma plataforma única para as regiões produtoras de café do Brasil é de enorme relevância para o setor. Já que leva em conta que vamos fornecer garantia de origem e qualidade através da rastreabilidade. Além de manter as informações alinhadas entre as regiões. Isso aumenta a transparência do setor e eleva o nível do serviço para todos os envolvidos, como os exportadores, importadores, torrefadores e consumidores”, conclui Tarabal.

Cecília Kazuko Nakao, diretora-presidente da Associação de Produtores de Cafés Especiais do Caparaó (APEC), afirma que o projeto de digitalização das IGs cafeeiras é importante. Além de ser uma iniciativa inédita no país para facilitar a comunicação entre os atores da cadeia produtiva.

“Nos posicionaremos mais assertivamente, conheceremos diversos players envolvidos no sistema e nos comunicaremos melhor com os mercados nacional e internacional. Estamos com perspectivas bem positivas para o projeto”, enfatiza.

O que são as Indicações Geográficas?

As Indicações Geográficas (IG) são ferramentas coletivas de valorização de produtos tradicionais vinculados a determinados territórios.

Desde já, elas possuem duas funções principais: agregar valor ao produto e proteger a região produtora.

O sistema de Indicações Geográficas promove, pois, os produtos e sua herança histórico-cultural, que é intransferível.

Essa herança, enfim, abrange vários aspectos relevantes. Como, por exemplo, área de produção, tipicidade, autenticidade e a disciplina quanto ao método de produção, garantindo um padrão de qualidade.

Tudo isso, portanto, confere uma notoriedade exclusiva aos produtores da área delimitada.


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