Palestra debate desafios e lideranças aos cooperados da Cooxupé

Palestra debate desafios e lideranças aos cooperados da Cooxupé

Professor Luiz Marins discutiu o papel de liderança e gestão dos produtores de café em suas atividades

3 minutos de leitura

O antropólogo e autor de mais de 30 livros, professor Luiz Marins, ministrou palestra sobre desafios e lideranças aos cooperados da Cooxupé, no dia 27 de março, em Guaxupé. Antes de mais nada, a apresentação ocorreu antes da Assembleia Geral Ordinária (AGO), que trouxe aos cooperados o balanço da cooperativa referente ao ano anterior.

Em primeiro lugar, Marins foi recepcionado pelo presidente e pelo vice-presidente da Cooxupé, Carlos Augusto Rodrigues de Melo e Osvaldo Bachião Filho. Além deles, membros dos conselhos fiscal e de administração, e diretores da cooperativa prestigiaram a palestra.

Brasil e Agronegócio

Com o tema “Desafios da Liderança no Agronegócio”, o professor Marins trouxe dados importantes referentes à agricultura, produção e economia no país. Do mesmo modo, o palestrante apresentou levantamento da FAO (Organizações das Nações Unidas). Nele, aponta o Brasil como responsável por garantir a alimentação do mundo nos próximos 40 anos.

“A população mundial vai crescer e passar de 8 bilhões para 9,5 a 10 bilhões de pessoas neste período e se tornar mais urbana. Os produtores terão que produzir, nos próximos anos, 50% a mais de grãos que produzem hoje, como também dobrar a produção de carne, pois a população urbana consome mais carnes. Já na área de grãos esse aumento é muito difícil de acontecer, pois a produtividade por hectare está chegando ao seu limite. É preciso mais terra para atingir essa produção”, explica o palestrante.

Tal qual, dados apresentados mostram que o Brasil possui 400 milhões de hectares agricultáveis. Porém, são utilizados um pouco mais de 200 milhões de hectares. Nesse sentido, o país tem mais terra cultivada que Estados Unidos e Rússia juntos.

Falta da água no mundo

Ao mesmo tempo, outro aspecto comentado na palestra foi a questão da água. E, a falta deste recurso em diversos países do mundo. Segundo Luiz Marins, o Brasil tem 8 trilhões de quilômetro cúbicos de água renovável a cada ano. Todavia, este volume é superior do que toda Ásia, com 4 bilhões de pessoas.

“O Brasil está ‘condenado’ a ser o produtor de alimentos para o mundo nos próximos 40 anos, queira ou não”, enfatiza o palestrante.

Investimento do agro

Cooperados acompanharam a palestra na sede da cooperativa em Guaxupé

De acordo com Luiz Marins, dados do Banco Central do Brasil apontaram movimentação de R$ 98 bilhões no agronegócio em 2023. Desde já, números relevantes para o PIB (Produto Interno Bruno) do país.

“O agro é mais urbano do que rural. Você vê as indústrias e empresas do setor instaladas em áreas urbanas, gerando emprego e renda. Toda essa expansão e crescimento ocorre em virtude do agronegócio que é o melhor do mundo”, destaca.

A princípio, o Brasil figura em seleto grupo com Estados Unidos, China e Rússia, de países com mais de 2 milhões de quilômetros quadrados, com mais de 100 milhões de habitantes e com PIB superior a US$ 1 trilhão. Ainda assim, o Brasil subsidia apenas 1,3% do PIB de agricultura. Da mesma forma que os Estados Unidos subsidiam 12% do PIB e a União Europeia 26% em relação a receita bruta do produtor.   

Desafios e lideranças

Por fim, Marins destacou os principais desafios de gestão e liderança no agronegócio. “Toda propriedade rural é uma empresa. O líder precisa atualizar e apresentar métodos modernos de liderança para fazer crescer os pontos fortes de seu liderado e que possa atingir o resultado pretendido. O produtor precisa colocar em prática com seus funcionários e com sua família que trabalha no campo”, diz.

Desse modo, aspectos como inteligência, vontade, disciplina e foco são essenciais para liderança do produtor. Definitivamente para garantir resultados positivos, crescimento sustentável e lucratividade em sua atividade.

“O sucesso de hoje não garante o sucesso amanhã. É preciso ter inteligência e gestão para se manter no topo, como também ter capacidade de geração de caixa”, conclui.