Pesquisa agrícola garante protagonismo da cafeicultura brasileira

Pesquisa agrícola garante protagonismo da cafeicultura brasileira

Tecnologias trabalhadas pela Embrapa desenvolvem a cadeia produtiva do grão e asseguram a liderança do Brasil no setor

3 minutos de leitura

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) desenvolve a pesquisa agrícola que garante o protagonismo da cafeiculturado Brasil no mundo. Isso porque o órgão federal tem a missão de viabilizar soluções de pesquisa, desenvolvimento e inovação para a sustentabilidade da agricultura, em benefício da sociedade brasileira.

Além disso, as tecnologias trabalhadas pela Embrapa aprimoram a cadeia produtiva do grão e asseguram a liderança do Brasil no setor.

Antes de mais nada, o país é o maior produtor, exportador e segundo maior consumidor de café em nível mundial.

Estimativa de safra

Ainda mais que a primeira estimativa de safra realizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para 2023 aponta para uma produção de 55 milhões de sacas de café beneficiado, o que equivale a um incremento de 7,9% em comparação com 2022, que fechou em 50,9 milhões de sacas de 60 kg.

Em outras palavras, este aumento é ainda maior quando se considera apenas a expectativa de produção de café arábica beneficiado, que deve alcançar 37,43 milhões de sacas, 14,4% superior ao volume obtido em 2022. A safra do café conilon é estimada em 17,51 milhões de sacas.

Produção cafeeira

Já a área total destinada à cafeicultura no país em 2023 totaliza 2,26 milhões de hectares com as espécies arábica e conilon, sendo 1,9 milhão de hectares atribuídos às lavouras em produção e 355 mil hectares em formação, o que indica aumento de apenas 0,8% em relação à área da safra anterior.

Ou seja, esses números confirmam um histórico de sucesso da cafeicultura brasileira, que tem adotado as tecnologias desenvolvidas pela pesquisa agrícola.

Consórcio

Tecnologias desenvolvidas pela pesquisa agrícola asseguram papel de destaque do Brasil na produção cafeeira

A Embrapa, que neste ano completa 50 anos, coordena o Consórcio Pesquisa Café. O sistema foi criado em 1997, e, não por coincidência, a participação brasileira na produção mundial, de acordo com a Organização Internacional do Café (OIC), passou de 19%, em 1997, para em torno de 30%, em 2022, sendo que área destinada ao cultivo encolheu em 20%, no mesmo período.

Em relação às exportações, em 1997, o Brasil vendeu ao exterior 16,7 milhões de sacas de 60 kg. Em 2022, 39,3 milhões de sacas, um aumento de 42,5%.  Nesse mesmo período, o consumo interno brasileiro quase que dobrou, passando de 11,5 milhões para 21,5 milhões de sacas ao ano.

Pesquisa agrícola

A Embrapa Café é a unidade descentralizada da Embrapa responsável pela coordenação do Consórcio Pesquisa Café. Em primeiro lugar, o sistema formula, propõe, coordena e orienta estratégias e ações para geração, desenvolvimento e transferência de tecnologia de café.

Bem como atua na promoção e apoio de atividades de pesquisa agrícola, desenvolvimento e inovação que são realizadas por unidades da Embrapa e pelas demais 46 instituições de pesquisa, ensino e extensão rural, que são integrantes do Consórcio.

Além disso, o consórcio contribui para a formulação de políticas públicas para o desenvolvimento da cadeia produtiva do café.

Resultados

De acordo com o chefe-geral da Embrapa Café, Antonio Fernando Guerra, os objetivos da pesquisa agrícola cafeeira vão muito além desses resultados alcançados.

“O Brasil responde por um terço da produção mundial de café, mas existe expectativa de crescimento desse mercado por diferentes motivos. Dentre eles, o próprio crescimento populacional, fazendo com que a demanda seja de 210 milhões de sacas de café por ano até 2030”, explica.

Produção nacional

Da mesma forma, Guerra detalha que, para que os Cafés do Brasil continuem mantendo esse protagonismo, a produção nacional terá de alcançar 70 milhões de sacas de 60 kg, na mesma projeção.

“Nós somos o único país hoje que detém todas as condições para fazer esse incremento de forma sustentável, tanto do ponto de vista ambiental, social, quanto econômico”, afirma.

Em síntese, Guerra defende que, para isso, é necessário empregar as tecnologias já desenvolvidas pelo Consórcio e que estão disponíveis.

Além de mais investimentos em pesquisa para o desenvolvimento de novas tecnologias, sobretudo para lidar com as mudanças climáticas e para garantir o tripé de sustentabilidade.

“É importante ainda assegurar essa inovação em toda a cadeia produtiva do café”, concluiu o chefe-geral da Embrapa Café.