Clara, média ou escura: conheça diferentes tipos de torra de café

Clara, média ou escura: conheça diferentes tipos de torra de café

Processo é essencial para transformar o grão; há três níveis de torra mais utilizados, que trazem resultados surpreendentes na xícara

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Até chegar à mesa das famílias brasileiras, o grão de café passa por uma série de processos. Da plantação até o ensaque, pois, várias etapas ajudam a conferir ao fruto as propriedades que tanto amamos. Nesse sentido, uma das mais importantes é a torra de café. Em primeiro lugar, a informação é do portal da Exame.

Antes de mais nada, a torra é um passo essencial na produção dessa bebida tão querida. Nesse momento, portanto, os grãos passam por transformações químicas e físicas que resultam na formação dos sabores e aromas característicos. Assim, a temperatura e o tempo de torra desempenham papéis fundamentais, influenciando no perfil sensorial final do alimento.

Sobretudo, o grão em seu estado natural passa por um processo de aquecimento gradual em um torrador. Que dura, em média, até 12 minutos. Dessa forma, o processo ocorre em temperaturas variando entre 180°C a 240°C. Desde já, esse calor provoca uma série de reações no produto. Ou seja, os amidos são transformados em açúcares, e as moléculas de proteínas se fragmentam.

Tipos de torra de café

De antemão, a torra de café pode ser dividida em diferentes níveis, de muito clara a muito escura, cada um com suas características. Da mesma forma que acontece com uma receita de bolo, há diferentes variações e caminhos escolhidos por mestres de torra durante esse processo. Trazendo, assim, inúmeros resultados diferentes na xícara.

Primordialmente, há três níveis mais utilizados para descrever torras mais ou menos desenvolvidas.

Torra clara

Em outras palavras, a torra clara favorece a presença da acidez cítrica do grão, que lembra a do limão. Igualmente, enfatiza as várias fragrâncias presentes nos cafés refinados e suaves. Durante esse procedimento, todavia, os óleos essenciais são conservados. Resultando em uma bebida com maior corpo.

O resultado, geralmente, é uma bebida com sabor suave ao nosso paladar.

Torra média

A torra média do café é o momento em que todos os seus elementos se equilibram: acidez, doçura, amargor e corpo.

Durante esse processo, afinal, ocorre uma intensa caramelização dos açúcares e a decomposição dos ácidos naturais. O que reduz a quantidade de óleos essenciais no grão, bem como a sua acidez pronunciada, aromas e sabores distintos.

Em contrapartida, o café desenvolve um corpo mais presente e exibe uma tonalidade marrom e avermelhada. Em síntese, o resultado é uma bebida mais equilibrada, que envolve o paladar. E deixa um final doce prolongado na boca.

Torra escura

Em suma, a torra escura resulta em um café menos ácido, com uma leve doçura.

O amargor fica mais acentuado e os grãos apresentam tonalidades escuras, com tons amarronzados. Definitivamente, lembra o sabor do chocolate e do caramelo. E, muitas vezes, se assemelha a um café mais forte.

Em conclusão, esse é o tipo de torra que mais agrada o paladar dos brasileiros.

Outros elementos

De acordo com Rebecca Nogueira, dona do Um Bom Café e avaliadora de cafés (Q-grader), deve se considerar outros aspectos para determinar a qualidade de um café.

“Todos os processos estão conectados. Não dá para falar somente de torra sem considerar a matéria-prima, por exemplo”, destaca,

Diante disso, não existe uma torra superior à outra. “Existem vários caminhos a serem percorridos pelo grão entre os graus de torra, que afetam a experiência sensorial do consumidor”, resume.

Além disso, cada origem e variedade de grão apresenta características únicas. Que podem ser realçadas ou modificadas por diferentes perfis de torra. “Cada decisão do mestre de torra abre inúmeras possibilidades, mesmo para um café da mesma coloração”, lembra a especialista.

Por fim, a torra de café é um processo complexo e delicado, que transforma os grãos verdes em uma bebida aromática e saborosa.

Por meio dessa técnica, é possível explorar uma ampla gama de sabores e criar diferentes perfis sensoriais de café. Portanto, atendendo aos gostos e preferências de cada pessoa.